P – Qual é a dinâmica da Filarmónica Recreativa Carvalhense quando comemora o 101º aniversário?
R – A dinâmica está bem patente no número de jovens que compõem a Filarmónica. Não exagerando, 90 por cento da banda é constituída por jovens. Nesse sentido, temos que nos dar por felizes, visto que também sofremos com a desertificação e com o facto da juventude também começar a escassear na nossa freguesia como noutras localidades do interior. Mas, felizmente, que os que ainda restam encaram esta casa como uma instituição que lhes proporciona algo de enriquecedor para a sua cultura, como é a música.
P – Quantos músicos tem actualmente a associação?
R – Há 46 elementos no activo, mas o número aumenta para 52 sempre que os jovens que estão a estudar fora regressam.
P – Já teve mais?
R – Sim. Há um bom par de anos que a Filarmónica era constituída por 62 pessoas. No entanto, alguns desses elementos deixaram de tocar por motivos profissionais ou por questões pessoais.
P – É fácil arranjar novos membros?
R – Apesar da juventude começar a escassear, nota-se o interesse dos jovens da Vila do Carvalho em participar na Filarmónica. Neste momento estão com o maestro quatro aprendizes da Escola de Música – só na fase instrumental – e na parte de solfejo temos mais 12 jovens. Por isso, podemos orgulhar-nos porque é tudo “prata da casa” e residentes na Vila do Carvalho. Há uma ou outra excepção, mas são naturais de cá.
P – Quantos sócios tem a Filarmónica?
R – Neste momento, temos 1.200 associados. A maior parte é mesmo de Vila do Carvalho, mas também temos um número razoável da freguesia do Canhoso.
P – Há novos projectos para 2009?
R – Um dos projectos que os actuais órgãos sociais têm em mente será tentar solucionar o problema da nossa sede, que foi inaugurada em 2001 mas ficou com algumas deficiências a nível de construção, nomeadamente infiltrações. E temos estado a lutar para que esses pormenores sejam resolvidos, sendo que a solução passa pela substituição integral do telhado. Para isso, a direcção, em colaboração com a Junta de Freguesia, têm reunido regularmente com a Câmara da Covilhã para ver se é possível termos apoio para solucionar este problema de uma vez por todas. E há boas perspectivas para que, num futuro bem próximo, isso seja resolvido. Tenho que salientar a boa relação existente entre a Filarmónica e a Câmara, que tem sido incansável no apoio a esta instituição. Também a Junta tem sido importante para nós. Outro dos projectos que temos em mente, este talvez um pouco mais difícil de concretizar, será a renovação total do instrumental. Trata-se de uma tarefa urgente, mas, face aos orçamentos que nos têm dado, exige valores muito elevados e que actualmente não podemos suportar sozinhos. Contudo, o primordial neste momento é mesmo a sede.
P – São convidados regularmente para actuar noutros pontos do país ou mais na região?
R – Somos convidados por outras congéneres para intercâmbios a nível nacional. Há uns anos, no dia da comemoração do nosso aniversário também tínhamos o hábito de convidar uma congénere. No entanto, como ainda continuamos a suportar o encargo das obras de remodelação da sede, torna-se difícil promover esses intercâmbios, isto porque há sempre despesas inerentes. Mas, se tudo correr bem, este ano a casa fica liquidada e poderemos retomar os intercâmbios.