P – Obteve quase o dobro da votação do seu adversário numas eleições bastante participadas. Dá mais responsabilidade ganhar assim?
R – É evidente, até porque foi um recorde de votação. Essa grande diferença deve-se ao trabalho feito pela anterior direcção, cuja maior parte dos elementos transita para a minha equipa em lugares diversos. Estes resultados são, com toda a certeza, uma consequência desse trabalho, o que nos dá mais responsabilidade para que façamos melhor.
P – Esperava uma diferença tão acentuada?
R – Acreditávamos que a vitória seria nossa, mas nunca por estes números, o que acabou por nos dar uma alegria ainda maior. De referir que sou um mero intérprete desta equipa que resultou de um “casamento” entre a anterior direcção e o Conselho de Núcleos que trabalhou durante um ano. Não havia aqui uma vontade de alguém ser presidente, mas de criar um projecto melhorado. Se calhar, esta foi uma das coisas que fez com que tivéssemos tido esta vitória esclarecedora.
P – Quais as principais medidas que pretende desenvolver?
R – Não queremos criar muitos mais projectos além lançados pela anterior direcção, porque, essencialmente, todos andamos aqui para tirar um curso e ter algum aproveitamento em termos académicos. Enquanto associação académica, também temos que ter essa responsabilidade. Queremos revitalizar a biblioteca da AAUBI, criando um espaço interactivo, alternativo e complementar às bibliotecas da universidade. Nas questões pedagógicas e sociais vamos ter algum reforço, até porque temos alguns elementos que vieram dar um novo fôlego ao trabalho desenvolvido pela anterior direcção. A criação de gabinetes para ajudar a flexibilizar a associação são outros projectos. Um que me é familiar destina-se a fazer uma monitorização ao parque imobiliário da cidade, em que vamos criar um roteiro e um índice de qualidade do que temos na Covilhã para os nossos novos colegas saberem o tipo de qualidade habitacional que podem encontrar.
P – A contenção orçamental vai continuar a ser uma preocupação neste mandato?
R – Obviamente. A nossa principal preocupação é fazer uma gestão que não seja danosa e que, ao mesmo tempo, crie algumas directrizes para quem vier a seguir. Estamos a entrar, mas já estamos a pensar que o trabalho é transitório e que tem que haver uma responsabilidade das coisas terem sempre alguma viabilidade económica, não só de momento, mas em termos de futuro. Portanto, os projectos têm de ser solidificados.
P – Como está a situação financeira da associação?
R – Do que tenho visto, posso dizer que, de alguns anos a esta parte, nunca esteve tão boa. O que temos entre passivos e activos são coisas normais de mera gestão.
P – O que acha da indefinição quanto ao futuro reitor?
R – Não acho que haja indefinição. O processo, que tinha que ser feito por lei, está a decorrer normalmente. Há algumas pessoas que podem estar com vontade de serem reitor, mas o que nos interessa é que tenham propostas e ideia válidas para que haja uma melhoria em termos da qualidade do ensino público na nossa universidade. Não nos interessa propriamente saber quem é a pessoa. Os candidatos surgirão normalmente no Conselho Geral e, nessa altura, vamos ponderar com os nossos cinco representantes nesse órgão qual a melhor solução para a UBI.
P – A AAUBI apoia algum candidato?
R – Não, nem nunca o irá fazer. Seria um erro completo. São órgãos autónomos e acho que seria mau, até porque poderíamos estar a criar o problema de fazer divisões dentro da própria academia.