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A morte do “campeão”

Antigo futebolista João Manuel, que estava a morar na Mêda, faleceu a semana passada

O antigo futebolista João Manuel, que interrompera a carreira devido à esclerose múltipla, morreu na quarta-feira da semana passada no Hospital Nossa Senhora da Oliveira (Guimarães), onde tinha sido internado com pneumonia. João Manuel Loureiro dos Santos, que contava 37 anos e era natural de Moimenta da Beira, estava a morar em casa de um irmão na cidade da Mêda. O funeral do ex-jogador, que contou com várias centenas de pessoas, realizou-se na sexta-feira da semana passada na sua terra natal.

O ex-jogador, a quem o seu antigo treinador José Mourinho tratava por “campeão”, notabilizou-se na União de Leiria, tendo iniciado a presente época no Moreirense. Actuou pela última vez a 11 de Setembro, frente ao “seu” Benfica, no Estádio da Luz. Aos 37 anos, a esclerose múltipla forçou João Manuel a abandonar o futebol, impedindo-o de fazer qualquer coisa sozinho, já que a doença lhe retirou a independência de movimentos. No entanto, perante esta contrariedade que o afectou de forma repentina e alterou radicalmente o seu quotidiano, o antigo futebolista, numa entrevista dada a “O Interior” em Abril último, demonstrava uma impressionante e contagiante força de vontade em lutar contra a doença que lhe foi diagnosticada em Janeiro. Na altura, afirmou que o seu «sorriso e boa disposição» seriam as últimas coisas que perderia. Entre as muitas boas recordações que guardou do futebol, destacou o momento em que José Mourinho disse ao grupo de trabalho do União de Leiria, e a si pessoalmente, «que se fosse mais novo» seria o primeiro a ir com ele para o Porto. «Disse-me que era pena um jogador como eu nunca ter ido para um grande e mesmo à selecção», uma meta que só não se concretizou devido a uma inoportuna lesão que o afastou da equipa de esperanças. João Manuel realizou mais de 250 jogos nas 10 épocas em que esteve no escalão principal do futebol nacional, tendo marcado quatro golos. O segredo para manter uma elevada regularidade nas diferentes posições do campo que desempenhava consoante as necessidades da equipa passava por «respeitar muito aquilo que eu gostava de fazer e era treinar e jogar bem», assevera.

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