Dificilmente haverá uma equipa tão castigada com penáltis em jogos consecutivos como tem sido o Fornos de Algodres neste início de época. A formação de Nando Pompeu sofreu a sua sexta grande penalidade nas quatro partidas já disputadas, não tendo conseguido, no último domingo, evitar uma derrota caseira na recepção ao Fiães, líder isolado da série.
A formação do concelho de Santa Maria da Feira inaugurou o marcador logo aos 14’. Ruben Gomes cruzou rasteiro para a área, onde Zézito se desentendeu com Zé Luís, sobrando o esférico para Hugo Ferreira que só teve que encostar para a baliza deserta. Os locais não conseguiram sacudir a pressão e o segundo golo chegou aos 27’. O mesmo Ruben Gomes recebeu a bola na área e, ao tentar passar por Zézito, estatelou-se no relvado com o árbitro a assinalar penálti de pronto. Chamado a converter, Manarte marcou sem hipóteses. Os serranos tardavam a reagir, até que, aos 32’, o técnico fez entrar o reforço nigeriano Nené para o lugar do desinspirado Zézito. Com esta mudança o Fornos agarrou nas rédeas da partida, cabendo a Egipto o primeiro sinal de perigo aos 33’. No minuto seguinte Simões foi agarrado na área por um adversário, com Bruno Nave a não ter dúvidas em apontar novamente para a marca de penálti. Contudo, o jovem Fábio Nascimento permitiu a defesa ao guarda-redes contrário. Ainda assim, os locais continuaram “em cima” do adversário, só que Titá viu o vermelho directo, pouco antes das equipas irem para o balneário, por pretensa agressão a Xavi.
Na segunda metade, em inferioridade numérica, o Fornos bem tentou reduzir a desvantagem, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Roberto que saiu por cima da barra. Já o Fiães abdicou praticamente de atacar, limitando-se a controlar a bola a meio campo. Dado o desinteresse da partida na segunda parte foi um suplente dos visitantes que agitou as bancadas. O atleta entrou aos 59’ com uma camisola cujos números estavam colados com fita adesiva, pelo que ficaram rapidamente imperceptíveis. Passado algum tempo, o árbitro lá atendeu aos protestos e mandou o jogador corrigir a situação junto do seu banco. O problema é que regressou ao jogo com uma camisola virada do avesso sem qualquer número, pelo que foi admoestado com o cartão amarelo antes de vestir, até ao final, o número 2 do jogador que havia substituído. Apesar de caricata, esta foi mais uma situação que ensombrou o trabalho do albicastrense Bruno Nave, que pareceu ter errado no lance do penálti contra o Fornos. No final, Nando Pompeu considerou que é «um pouco anormal uma equipa sofrer seis penáltis em quatro jogos, sendo que a maior parte não existiu».
Ricardo Cordeiro