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«A legalização da sede devia ter sido prioritária e não foi»

Cara a Cara – António Jerónimo

P – Porque decidiu candidatar-se à presidência dos “Leões da Floresta”?

R – Decidi candidatar-me por estarmos a atravessar uma fase diferente na coletividade e tendo em conta a emergência do seu bom funcionamento, uma vez que desde março que não tínhamos direção, embora os outros órgãos sociais estivessem presentes. Assim sendo, recorri à minha capacidade de imaginação e de improviso para encontrar uma forma de conseguir arranjar um bocadinho para me dedicar ao clube do meu coração, já pois não estava na minha disposição candidatar-me. Tento dar o meu melhor a cada dia que passa para que possamos levar esta coletividade a bom porto, como sempre foi apanágio nestas últimas décadas.

P – Já tinham sido então marcadas eleições anteriormente e não tinha havido interessados?

R – Exatamente. A direção anterior acabou o mandato, entretanto depois marcou-se uma Assembleia Geral em que não apareceram candidatos. Marcou-se uma segunda que teve que ser adiada para este mês devido a situações relacionadas com as eleições autárquicas, uma vez que havia elementos da anterior direção que estavam envolvidos na campanha.

P – Quais as principais medidas que pretende tomar?

R – Uma das minhas prioridades é alcançar a legalização da nossa sede. Como é sabido pela grande maioria dos sócios, o edifício não está devidamente legalizado, não está escriturado em nome da coletividade e por isso o primeiro contacto que vou fazer é no sentido da Câmara tentar, juntamente com os órgãos competentes, legalizar a nossa sede. Já foi inaugurada há cinco anos, passaram-se aqui várias fases, umas boas e outras menos boas, mas a legalização da sede devia ter sido prioritária e não foi. Depois, daremos continuidade aos trabalhos que tinham sido feitos há muitos anos e que foram colocados um pouco de parte, que é a vertente desportiva. Isso sempre foi fundamental para os “Leões da Floresta” e, assim sendo, vamos ter que implementar medidas para voltar a trazer as secções de ténis de mesa e de “pool” para voltarmos a ser falados nessas modalidades a nível regional e nacional. O ténis de mesa já esteve ao mais alto nível nacional, mas a direção anterior não entendeu isso. Vamos também dar um pouco mais de atenção à parte cultural e recreativa, uma vez que temos muita juventude da Universidade da Beira Interior que frequenta a coletividade assiduamente. Vamos implementar novamente medidas para trazer os jovens para as partes cultural, recreativa e também de inovação, de modo a promovermos novos eventos para que os sócios vejam que este espaço tem que ser rentabilizado, tanto ao nível associativo como no plano recreativo.

P – Fazia parte dos anteriores órgãos sociais. Qual é a atual situação financeira da coletividade? É estável?

R – Não poderia dizer que é estável. A atual situação financeira é algo preocupante, mas nada que não se possa contornar. Tem que se arranjar uma ou outra forma de gestão e direcionar as verbas e as receitas para as situações prioritárias.

P – Quantos sócios têm os Leões atualmente? É um número que gostava de aumentar?

R – Temos atualmente cerca de 800 sócios. É um número que gostaria de aumentar obviamente e uma das medidas que vamos tentar implementar é chegar aos mil sócios. Penso que não será difícil conseguir mais 200 associados a médio prazo e que dentro de seis meses, ou um ano, o conseguiremos fazer.

P – De onde vem o nome da coletividade?

R – Embora já tenha muitos anos disto, eu também soube através dos sócios mais antigos. Há 50 anos, meia dúzia de jovens queriam formar uma equipa de futebol, mas não tinham equipamentos porque eram muito caros. Foi então que uma pessoa que trabalhava para o Conde da Covilhã entendeu que lhe deviam pedir ajuda. Quando lá foram, estes jovens só queriam ajuda para metade do valor, mas o Conde da Covilhã disse-lhes que oferecia o equipamento completo mediante uma única condição, a de colocar “Leões da Floresta” nas camisolas. Essa é a origem do nome da coletividade, uma vez que a casa do Conde da Covilhã ficava numa zona de floresta.

António Jerónimo

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