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«A Guarda precisa de uma Casa do Benfica mais activa»

Cara a Cara – Entrevista

P – Qual é o motivo deste convívio de benfiquistas?

R – Todos os anos há um convívio organizado um pouco ad hoc. É um grupo de amigos que se junta num jantar, mas esta vitória no campeonato deu-nos mais ânimo e decidimos organizar um encontro a nível do concelho da Guarda de forma a criarmos condições para podermos dinamizar a Casa do Benfica, que está um pouco moribunda.

P – Mas esta Casa do Benfica existe, está organizada ou também é uma estrutura ad hoc?

R – Digamos que para o Sport Lisboa e Benfica a Casa da Guarda existe, tem estatutos, directores e tudo o que é necessário para funcionar. Para nós, que temos conhecimento da realidade, ela não existe porque houve um conflito judicial por causa da antiga sede e isso desmotivou um pouco os antigos directores. Por outro lado caiu-se numa situação em que nem se elegem novos corpos sociais, nem os que estão fazem alguma coisa. Esperamos que o convívio possa contribuir para dinamizar a Casa. Foi distribuída uma ficha a todos os participantes do convívio para sabermos quem são e onde estão, mas também para termos uma ideia de quem está interessado em ser sócio da Casa do Benfica, quem já é e quer continuar.

P – A vitória do campeonato é como que um chamariz para os benfiquistas se reorganizarem na Guarda?

R – Veio dar-nos mais ânimo, porque mesmo antes do Benfica ser campeão já lamentávamos o facto da Casa não ser activa. Agora vamos arrancar, não contra os actuais dirigentes, mas todos juntos para puxarmos a “carroça” para o mesmo lado. É nosso entender que deve haver eleições para novos órgãos sociais, a quem caberá definir os moldes em que funcionará a próxima Casa do Benfica. Se numas instalações com bar e salões de convívio ou num simples escritório onde, de início, se organizará este recomeço.

P – Isso quer dizer que este grupo tenciona dinamizar uma sede na Guarda?

R – Sim. Para já funcionará como sede social e daí emanará depois uma série de actividades, nomeadamente uma escola de futebol infantil – que poderá ser dinamizada por uma das já existentes na cidade, sendo a Casa a suportar as despesas -, ou uma equipa de atletismo, como já teve, e inclusivamente uns campeonatos de futsal.

P – Como é que os simpatizantes poderão ser sócios da Casa do Benfica?

R – Neste momento a Casa não funciona em termos de instalações, mas espero que durante o mês de Julho tenhamos condições para marcar uma Assembleia Geral eleitoral. Depois, só faltará encontrar instalações.

P – O objectivo é seguir um pouco o modelo do Núcleo Sportinguista da Guarda, que tem uma sede dinâmica e com actividades desportivas?

R – Sim, é um bocado essa ideia. Mas, em princípio, a Casa do Benfica vai ser mais modesta. No futuro se verá.

P – Há quem acuse os benfiquistas de só agora sair à rua após a vitória no campeonato e de nunca o ter feito antes. Aceita esse reparo?

R – De forma alguma. Os seis milhões de benfiquistas não surgiram num mês, o que aconteceu é que esta vitória veio dar-nos mais força e motivação. Mas quando o Benfica ganhou a Taça de Portugal no ano passado foi uma grande festa…

P – Tem uma ideia de quantos benfiquistas haverá no concelho?

R – É um bocado difícil, pois há os simpatizantes, que julgo serem mais que os moradores uma vez que a Guarda é um local de passagem, e os sócios ou os interessados em se associarem. Penso que não será muito difícil atingir os dois mil sócios.

P – A falta de uma Casa do Benfica activa não tem impedido a organização regular de excursões quase sempre esgotadas ao estádio da Luz. Isso deve-se a quê?

R – É o tal espírito benfiquista. Devo dizer que a Casa do Benfica só não tem a direcção a funcionar há dois, três anos, mas alguns desses dirigentes têm vindo a organizar excursões. A ida à Luz é a prova de que, para o Benfica, a Casa da Guarda existe, caso contrário não venderiam os bilhetes. Mas é uma pena que não se complemente essa imagem que a Casa tem em Lisboa com mais uma ou outra actividade a nível local, de forma a que o clube seja aqui bem representado. O Benfica merece.

P – Ernesto Gonçalves é candidato à direcção dessa futura Casa do Benfica?

R – Estou disponível para tudo o que for necessário e, se os associados o entenderem, integrarei o próximo elenco directivo.

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