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A Guarda não esquece… Lista VIP… Quanto custa um voto!

Crónica Política

Cidadãos desinteressados e pouco exigentes arrastam como consequência o nepotismo como fenómeno natural. Noutras dimensões poder-se-ia ainda falar de relações clientelares e do medo ao nível local, entre autarcas e diversos grupos sociais. Aliás, existe já um vasto rol de estudos sociológicos sobre esta questão (Mozzicafredo, Santos Silva, Teixeira Lopes, etc…), nomeadamente no campo cultural, onde a situação é ainda mais bizarra. Porque de onde se esperava que viesse liberdade de expressão, pensamento crítico, criatividade social, etc… acaba por haver seguidismo, autocensura, controle social, medo de ser diferente, etc… O que significa uma constante inércia e fracas mudanças estruturais, sendo altamente prejudicial para as populações, designadamente com capacidade de resiliência fraca em tempos de crise…

A razão para a “cunha” está na falta de transparência nos processos, de seleção e posteriormente de ação, de quem vai ficar empregado. Geralmente no mundo dos quadros intermédios desenrolam-se os enredos mais mesquinhos do amiguismo e nepotismo, rivalidades, manipulações e vinganças. Os quaadros superiores onde as vinganças, ostracizações entre colegas da mesma área de formação e de outras áreas são mais que muitas. Então o que chamamos a estes factos?

Nepotismo! Já que é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Acha que não está a acontecer?! Senhor Presidente, para além dos que tem auxiliado a promover, outros há que por coincidência apenas têm o seu nome de família, mas são gente da sua algibeira. Existe sim, e é vergonhoso, gente nova, qualificada mas sem experiência… E sempre na espreita para poder entrar mesmo quando a porta parece estar fechada para todos. Além de vergonhoso, Sr. Presidente, como amigo e principal promotor irá ser alvejado pela falta de transparência. E porquê? Só porque existem 42.541 indivíduos a escrutinar o seu trabalho sr. Presidente?!!! A Guarda não esquece!

Hoje, com a proliferação sem precedentes de licenciaturas e mestrados, a frustração é enorme quando se constata que a meritocracia não funciona e, com a crise, o problema tornou-se mais evidente. Mas há talentos inatos, que apenas se encontram se todos forem tratados como iguais. Há um argumento ético para defender isto, mas também um argumento económico. No regime tradicional, há talentos que se perdem. As sociedades desenvolvidas não podem dar-se ao luxo de não ser meritocráticas, o pior é que oportunidades nem vê-las!

JÁ CHEGA de tantas hipocrisias e aldrabices e esquemas de ocultar as mais puras realidades que se vivem. Haja HONESTIDADE ao menos sem MEDOS e sem hipocrisias! BASTA! Há concursos externos onde já se sabe automaticamente quem para lá vai; esses concursos são um mero pró-forma e porque têm de ser feitos para não se incorrer em ilegalidades, mas no fundo incorre-se e muito! Atenção aos recentes casos que estão em tribunal.

Com efeito, parece tratar-se de uma questão cultural, que é oponente da razão, que o sentimento possível que consigo ter por isto vai bem para além do “repugnante”!

Todos nos fomos habituando com aqueles que são e sempre foram militantes dos partidos, devem à política mas a política também lhes deve quase que de forma igual, os “boys” políticos, gente da jota, hoje jovens com muita formação académica e essencialmente politica, têm a força de uma ideologia, na maior parte dos casos bem estruturada, quase que com um percurso gradativo, onde de resto o atual PM se fez politico. A ESTES já nos habituamos. Mas aos OUTROS! Àqueles que sempre andaram a levitar em volta de quem está no poder, ESSES servem-se da política! Não deixe! Para ESSES o clientelismo, o nepotismo e o amiguismo são a lei. Têm de lidar com os líderes do poder local, numa lógica dominante de corrupção e compadrio, e precisam de inserir-se socialmente no meio. Obrigatoriedade de concursos? O que é isso, pois… ultrapassa-se.

A história repete-se, político auxilia nomeação de amigo que ajuda a resolver problemas das promessas eleitorais, dos apoios conseguidos… Primas… Afilhados, irmãos de…, filhos de…, esposas de…, namoradas de…. Enfim, o rol é grande, uma exemplar lista VIP! Estranhamente ESTES envolvidos são os que antes afirmavam e generalizavam os políticos como “são todos iguais”, e não é que acabam por ter razão! Não embarque sr. Presidente nestes jogos de pressão que estão a fragilizar o seu poder. A Guarda apostou, a meu ver BEM, e só tem a ganhar… Mas não cometa erros dos quais poderá vir a pagar caro, pois na verdade a visão que já se transmite é que há quem mande mais que o senhor… Não permita! Estique a corda! Não deixe que os favoritismos se sobreponham à meritocracia, pois foi por meritocracia pessoal e política que o senhor venceu a Guarda. Recordo-o que há verdades que a partir do dia 1 de abril deixam de ser mentiras!

Senhor Presidente, permita-me, a inocência só é uma virtude quando genuína.

Por: Cláudia Teixeira

* Militante do CDS-PP

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