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A gestão autárquica

Vox Populi

O Luís Baptista-Martins desafiou-me a não “esbanjar” a minha experiência autárquica recente.

Pereceu-me bem se isso me permitir ser o eco do bom e do menos bom que for sucedendo no dia a dia da gestão a todos os níveis – Câmara Municipal e respectiva Assembleia.

Tentarei assim estar atento e já que ninguém mo pediu, tentarei acumular funções – “munícipe exigente”, (o que deixou apenas de ter direitos), provedor do mesmo e porta-voz da chamada “vox populi”. Ambição não me falta…

Se alguma vez, ou por ausência de matéria, acontecimento ou (in)decisão, tiver que derivar, que me desculpem desde já os eventuais leitores.

Vamos a factos, chega de explicações:

Tomada de posse – cerimónia complexa que fez esperar convidados pelo cumprimento de formalidades que a muitos não diziam respeito. Na cerimónia propriamente dita apreciei o discurso do novo presidente da Câmara. Disse o essencial, foi objectivo, crítico quanto baste, dando sinais de querer arrumar desde logo a casa. Determinado ao apresentar logo ali pelouros e responsabilidades. Difícil era agradar a todos mas foi bastante aplaudido – a excepção claro veio dos vereadores da oposição que, talvez por mera coincidência, não gostaram “todos”. Fiquei apenas com a dúvida se apenas não gostaram do facto do presidente esperar ter uma “oposição fisicamente presente” ou do conjunto dos compromissos que quis ali reafirmar. Quanto ao resto dos discursos, e porque nestas circunstâncias me ocorre sempre a conhecida afirmação “peço desculpa de ser tão longo, mas não tive tempo para ser mais breve”, que me atrevo a sugerir que afirmar princípios e delinear futuro e objectivos não precisam de ser tão longamente expressos. Claro que me refiro à intervenção do novo Presidente da Assembleia Municipal.

Primeiras decisões – Agora, das afirmações e promessas urge agir. Planeamento estratégico e operacional, a que acresce a gestão dos recursos humanos, devem permitir, com ideias acertadas, corrigir o que de criticável tinham as práticas anteriores. Os restantes pelouros e respectivos ajustamentos a perfis e áreas de intervenção parecem-me conseguidos. Já a dispersão de preocupações pelo que não é essencial (por exemplo o acumular da presidência das empresas municipais) pode vir a colocar em causa o prioritário neste início de mandato – equilíbrio económico/financeiro e uma gestão sustentável dos recursos. A falta de alguns (financeiros) e o esbanjamento de outros (humanos) podem inviabilizar o cumprimento da “palavra de honra”.

Da oposição apenas a nota – o Eng. José Gomes tem agora o que sempre quis, a liderança de um grupo que precisa de ser mais capaz do que no passado recente, se a prazo se quiserem assumir como verdadeira alternativa. Uma correcta leitura dos resultados eleitorais deve ser boa conselheira de comportamentos futuros.

Desenvolvimentos próximos, espero-os no deslaçar do “nó” que já asfixia a PLIE.

Expectante e atento fico aguardando novos desenvolvimentos…

Por: J. L. Crespo de Carvalho

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