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A força de inclusão

Bilhete Postal

Incluir no processo é chamar as pessoas a conhecer e a comentar, a opinar e a dizer de sua justiça. As pessoas participam, analisam, projectam e sentem-se “parte de”. Este é um modo de gerir que tem trazido algumas vantagens, e que só falha quando as pessoas se sentem traídas e quem decide se omite no fim das alegações. Digamos que este é um modo consensual e participativo se algumas das propostas sugeridas acabarem incluídas na decisão. Incluir é importante para os funcionários das empresas, para os professores no ensino, para os médicos na transformação da saúde. Incluir não significa ceder, não significa abdicar de objectivos, mas obriga a expor estes, a revelar antes de construir, a submeter-se a juízos negativos. E porque não?

A decisão tomada depois de incluir o máximo de pessoas na construção de uma ideia é sempre uma escolha, é sempre um rumo, que ao ser um não são vários, e por essa razão é uma oportunidade que se abre e muitas mais que se fecham. As oportunidades perdidas, as portas fechadas são o custo de uma decisão. Decidir é perder muitas outras coisas e por essa razão implica uma dificuldade e um luto. Assim quando se discute as maternidades ou os pediátricos, ou a sua construção num determinado lugar, ou se discutimos urgências ou escolas, ou métodos de ensino, ou discutimos co-incineração ou Quioto, ou falamos de energias alternativas, nunca somos donos de toda a razão e nunca somos mais que uma oportunidade que encerra muitas outras. È aqui que surge o primado da alternativa, o primado de uma oposição e o senso de vozes discordantes que projectam outros caminhos. É aqui que estamos mal em Portugal e é aqui que nasce a maioria absoluta das sondagens de José Sócrates. Onde está a oposição? Onde está o PSD e de que vive o CDS? Onde está o custo desta oportunidade?

Por: Diogo Cabrita

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