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A festa alucinante da Fanfare Ciocarlia

A banda de sopros e percussão «mais rápida do mundo» está amanhã no TMG

Ritmos intensos e metais endiabrados são a imagem de marca da Fanfare Ciocarlia, que actua amanhã à noite no grande auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG). A banda romena é um fenómeno da música cigana de tradição balcânica, que interpreta em versão acelerada, do tipo de deixar os próprios espectadores sem fôlego, ou não se auto-intitulasse «a mais rápida do mundo».

Originários da pequena aldeia de Zece Prajini, os seus 11 instrumentistas são capazes das proezas mais alucinantes, como solos de clarinete, de saxofone e trompete com mais de 200 batidas por minuto, algo verdadeiramente sobre-humano, mas que estes músicos parecem fazer com uma “perna às costas”. Interpretam não só os grandes clássicos da música cigana do Leste europeu, como também versões adaptadas de alguns temas populares ocidentais. Primeiro foi a música do filme James Bond e mais recentemente “Born to be Wild” para a banda sonora do filme “Borat”. Esta orquestra começou como um grupo de músicos que se juntava para actuar em casamentos e baptizados na região de onde são originários. A Fanfare Ciocarlia foi descoberta em 1996 por dois músicos alemães, Helmut Neumann e Henry Ernst, que ficaram literalmente subjugados pela forma como os músicos daquela localidade tocavam. A dupla escolheu então os melhores intérpretes de Zece Prajini e levou-os para uma tournée de 15 concertos pela Alemanha. O sucesso foi estrondoso.

Pouco depois, no Womex, o festival de “world music” de Marselha (França), o grupo assinou um contrato com a editora Piranha e ganhou dimensão universal. Actualmente, é uma das bandas mais requisitadas para actuar em festivais de “world music” pelo mundo. A Fanfare Ciocarlia já foi objecto de um documentário do cineasta alemão Ralf

Marscalleck, que mostra o paradoxo entre a vida na aldeia e o alarido de um espectáculo em Tóquio ou em Londres. Em Fevereiro último foi lançado “Queens and Kings”, pela editora alemã Asphalt Tango, que conta com a colaboração dos maiores artistas da música cigana do Leste europeu. Este álbum é dedicado à memória de Ioan Ivancea, antigo clarinetista da fanfarra que faleceu no ano passado.

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