P – Como Surgiu este projeto?
R – Este projeto surgiu pelo facto de ter rescindido o contrato de trabalho amigavelmente na empresa onde trabalhei durante 20 anos. Como pretendia estabelecer-me por conta própria, pensei em algo que estivesse de alguma forma relacionado com a nossa região e com as suas caracteristicas.
Sempre fui apaixonado pela natureza e por desportos relacionados com a mesma, e foi assim que surgiu a ideia de criar um conceito de loja em que o objetivo era vender produtos de pesca, caça, equitação, canoagem, BTT e calçado apropriado para caminhadas e montanhismo. Sendo uma zona com uma população diminuta, esta variedade de produtos/actividades poderia ser uma forma de captar mais clientes de vários segmentos.
Também era meu objetivo organizar eventos relacionados com estas áreas, principalmente na canoagem e na pesca, o que ainda foi concretizado em dois ou três eventos organizados na barragem da Teja em Trancoso. Infelizmente fui “obrigado” a desistir deste tipo de organizações/eventos por falta de condições na referida barragem, e também por falta de apoios.
P – Porquê a mudança de loja para o centro histórico?
R – Com o passar dos anos (4 anos), detetei uma outra oportunidade de negócio que é a comercialização de calçado, não só para caminhadas e montanhismo, como também para o dia-a-dia. Dadas as condições climatéricas da nossa região haveria necessidade de adaptar os modelos de calçado ao clima em questão e decidi efetuar esta mudança e apostar mais neste segmento de mercado. Simultaneamente e pelo fraco interesse que tem a pesca, a caça e o BTT nesta região, decidi deixar de comercializar estes artigos relacionados com a prática da BTT, da caça e da Pesca.
Respondendo claramente à sua pergunta, o principal motivo foi a maior visibilidade da loja no centro histórico.
P – Comparativamente à loja anterior, como está a correr o negócio?
Relativamente às novas instalações, mesmo ainda sendo um pouco cedo para retirar conclusões, existe uma que é fundamental e trata-se da maior visibilidade provocada pelo número razoável de turistas e caminhantes que por aqui passam, sendo positivo julgo que é benéfico no futuro próximo.
P – Quem são os clientes da PésNatura?
R – Os clientes da PésNatura são na sua grande maioria pessoas da nossa região, no entanto e por força das ações de marketing, tanto na Feira de São Bartolomeu, como através do nosso site e do nosso facebook, a PésNatura tem conseguido fidelizar muitos clientes da região e também de vários pontos do país. Esta situação está relacionada com a qualidade das marcas/produtos que comercializamos. Apostamos em marcas de topo a nível mundial como: ECCO; ARA; THE NORTH FACE; HI-TEC e CHIRUCA.
Estas marcas apostam na qualidade, no conforto, na durabilidade e resistência dos seus artigos, tanto para o montanhismo, como também para o dia-a-dia. E os seus produtos são pensados e concretizados para zonas com climas mais frios, como a nossa região (o inverno são quase 9 meses). A grande maioria dos artigos comercializados na PésNatura são modelos com Goretex, trata-se de modelos 100% impermeáveis e respiráveis, com grande durabilidade e extremo conforto dado a sua leveza e qualidade das peles utilizadas.
Por força da qualidade destes produtos conseguimos satisfazer e fidelizar uma grande fatia de mercado, o qual esperamos que aumente muito mais no futuro e aqui o passa-a-palavra é determinante.
P – A PésNatura tem sido expositor na Feira de São Bartolomeu, quais as vantagens de participar num evento com estas características?
R – No seguimento do atrás referido, a Feira de São Bartolomeu tem sido para a minha empresa uma excelente montra. No entanto e por força dos valores elevados que se pagam neste certame, tenho feito um grande esforço financeiro para estar presente, mas reconheço que mesmo assim me tem trazido alguma visibilidade.
P – Quais os projetos para o futuro?
R – Manter esta loja com este conceito e tentar retomar a minha ideia inicial que, numa 1ª fase passará por criar eventos relacionados com a natureza e numa 2ª fase criar uma área de promoção turística, tendo como principal objetivo, procurar grupos, não só em outros pontos do país como também no estrangeiro.
Perto de nós temos o rio Douro, o Museu do Côa, o Alto Douro Vinhateiro, a Serra da Estrela e uma natureza ímpar.
Este conceito de negócio que espero concretizar no futuro, dependerá naturalmente de algumas ajudas comunitárias e das autarquias desta região (por exemplo criação de algumas infraestruturas) e, também de uma melhoria substancial da nossa economia.
Conceito este, que passa por conseguir atrair pessoas para lhes permitir visitar e explorar um conjunto de vários pontos atrás mencionados e assim dar a conhecer o que de bom temos na nossa região, que do meu ponto de vista esta por explorar.
