P – Quais são as expectativas para esta Feira das Tradições?
R – São obviamente boas, até porque a feira tem já a sua implantação a nível regional e temos um grande número de visitantes, nomeadamente do país vizinho. Mantemos a fasquia das cerca de 30 mil pessoas que passam na Feira das Tradições.
P – Quais são os principais destaques e novidades desta edição?
R – A feira move-se, essencialmente, pelas tradições de um concelho. Claro que destaco o tema – o vinho e a vinha – que, desta vez, diz respeito a um produto económico de pequena dimensão, mas que representa muito para o o município. É um tema que nos diz muito, porque em Pinhel não há quase ninguém que não tenha a sua vinha, não participe de alguma forma nesta economia paralela. É, de facto, o tema que mexe mais com Pinhel. Destaco também outro ponto alto: o desfile de Carnaval em que participam 1.300 pessoas sobre o tema da feira. Este ano, haverá ainda maior expectativa porque pedimos a colaboração da comunidade escolar, solicitando às crianças e jovens que recolhessem junto dos seus familiares histórias, cantigas da altura da vindima, por exemplo. Está tudo compilado numa pequena brochura de 30 páginas, um livro que vai de alguma forma marcar este certame. Além disso, para mim, também é essencial o facto das 27 freguesias estarem bem representadas. Vão estar todas em pleno, com as suas características e produtos locais.
P – Que constrangimentos o concelho de Pinhel enfrenta neste momento?
R – O concelho sente os mesmos problemas que são transversais ao interior do país. Enfrenta o problema do emprego, como é óbvio. É um problema social, que nós atravessamos com o encerramento da Rohde. Mas temos uma boa notícia nesta altura, já que vem uma fábrica de calçado para Pinhel, que cria cerca de 60 postos de trabalho, o que é muito bom. Esperemos que venham outras. Acho que os pinhelenses e, em geral, os portugueses são pessoas que sabem enfrentar as adversidades e que vão conseguir ultrapassar este problema. Pode demorar mais tempo do que pensávamos, mas vamos conseguir.
P – Em que medida este evento pode contribuir, numa época de crise, para alterar algo no concelho?
R – A feira não altera nada do ponto de vista imediato, mas muda a imagem do concelho de Pinhel. Qualquer município que queira desenvolver-se, que queira seguir em frente, tem de se dar a conhecer. E ao recebermos as pessoas, vamos estar a dar alento
à região, mostrando a nossa capacidade de organização, mostrando ainda a nossa capacidade de manter as nossas tradições. Promovendo Pinhel, alteramos sempre algo, porque mais pessoas nos podem procurar e visitar no futuro.