O bom filho à casa torna. Depois de viajarem pelo país com muito “groove”, os The Curimakers voltaram à Guarda para subir ao palco principal do TMG. A noite prometia ser de festa e assim foi, com os oito músicos a comemorarem a estreia no grande auditório com dois originais em português e quatro convidados especiais.
«Nada é perfeito, mas no geral foi muito positivo», referiu Curi a O INTERIOR no final do concerto, considerando que «é uma alegria imensa sentir esta proximidade». Houve muitas cadeiras vazias, mas isso não desmotivou o grupo: «Estávamos à espera de mais gente, mas havia outros eventos ao mesmo tempo e a crise não ajuda. O público que tivemos foi participativo», destacou o vocalista. «Quem toca originais que não passam nas rádios principais tem alguma dificuldade. Aqui foi facilitado porque já nos conhecem», acrescentou.
Falar do público dos The Curimakers aproxima-os de uma noção familiar, em que o percurso se constrói em conjunto: «É importante a noção de família, o estreitar dos laços. Acreditam em nós, vão a vários concertos, incentivam-nos e criticam-nos», garantiu Curi. Os originais ouvidos pela primeira vez foram o principal destaque: «Tive a sensação de que o público gostou e ficou contente por cantarmos em português», referiu. Essa aposta poderá continuar, mas o mercado tem a última palavra: «Se nos arrastarem para fora teremos de optar pelo inglês, se nos quiserem cá dentro apostaremos no português», sublinhou.
O ambiente sóbrio e a iluminação proveniente de candeeiros, referências na densidade emocional para onde os The Curimakers transportam o seu público, não faltaram e acompanharam a banda num jogo de luzes e tons contínuo. Já a guitarra do vocalista Curi foi o “desmancha-prazeres” da noite, obrigando o músico a afinar o instrumento várias vezes. O fadista “rockeiro” Zé Perdigão, o pianista João Mascarenhas, a acordeonista Helena Rodrigues e a jovem Carolina Cabaços juntaram-se em novos arranjos aos incontornáveis Curi, Tozé Novais, Susana Ferreira, Armando Almeida, Francisco Martins, Paulo Pereira, Rui Silva e Gabriel Neves.
Sara Quelhas 
