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A escolha governativa – a aspereza

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Que dizem Francisco Assis, Pacheco Pereira, Álvaro Beleza, Catarina Martins e tantos outros que são factos incontornáveis?

1- A maioria é de esquerda. 2- A coligação falhou o seu objetivo e está só com menos de 40% 3 – Há uma aliança para derrubar Passos que tem nesta negação um ponto de estabilidade. 4 – Uma governação de atrito, de ausência de audição do outro e dos parceiros minoritários caracterizou Passos Coelho. Numa súmula, sem a citação correta, apenas arquivando frases que valorizo, recordo “quem semeia vento colhe tempestades”, e este dito popular colado a Passos Coelho. A tradição como prática dos costumes a exigir um governo do partido mais votado. A incoerência de um tipo que referia “pouquinho vale pouco” e não se demite, não se envergonha com menos. A lógica da maioria parlamentar de esquerda construir um Governo, não olhando ao que seria tradicional. Todos os cenários estão em cima da mesa e todos permitem construir realidades que emocionam uns ou escandalizam outros. Cavaco Silva podia ter optado por chamar a maioria de esquerda mas escolheu o caminho das turbulências anunciadas. Vamos ter de viver mais uns meses de instabilidade. Costa seria neste momento a escolha surpresa, mas a que levaria o ónus da crise para as mãos da esquerda. Era uma razoável solução que implicava a condescendência a um outro paradigma. Não estou a dizer que era o caminho que teria caminhado mas é uma grande cartada de Catarina Martins. Ficou encurralado Passos Coelho e nunca verá o seu governo aprovar um Orçamento de Estado. A isto segue-se um governo parlamentar de maioria de esquerda. Cavaco Silva deixou as eleições para muito tarde e ficou neste pântano. Sai sem glória e sem brilho. Será que alguma vez o teve? Catarina Martins é a maior surpresa positiva da década. Negativas, há inúmeras. A ela se deve este atrevimento de Costa, a ela se deve esta arrojada entaladela ao Presidente da República. Um facto importante é estarmos a ouvir discutir política nas ruas, é existir vida política entre os cidadãos que têm falado mais dela que de futebol.

Por: Diobo Cabrita

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