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«A equipa de 84/85 marcou a cidade da Covilhã»

Cara a Cara – Márcia Poeta

P – Porque é que a claque decidiu organizar esta iniciativa de homenagear a equipa do Sporting da Covilhã que se sagrou campeã nacional da IIª Divisão na época 1984/1985?

R – Decidimos organizar esta iniciativa sobretudo porque nós somos o renascer da claque Leões da Serra da década de 80 e neste ano celebram-se os 30 anos de existência dessa claque. Em abril recebemos o senhor João Pereira, capitão da equipa da época de 84/85, a primeira que os Leões da Serra apoiaram. Foi aí que surgiu a ideia, através dele e também de um diretor do Sporting da Covilhã que muito nos tem ajudado, o Miguel Saraiva, de organizarmos um evento onde recebessemos toda essa equipa que se tinha sagrado campeã e subido à Primeira Liga. Esta foi uma equipa que marcou a cidade da Covilhã. Ao longo dos últimos meses, o Miguel Saraiva entrou em contacto com os antigos jogadores, a claque criou o programa e o evento vai realizar-se sobretudo como homenagem a uma equipa que marcou o Sporting da Covilhã, que subiu à primeira liga e a uma claque que nos fez nascer também a nós, a atual claque Leões da Serra.

P – Quando é que a claque foi reativada?

R – A nossa claque foi reativada em 2011. Considerávamos que faltava apoio à equipa, bem como algumas iniciativas no clube e na cidade. Queríamos renascer em força e penso que é inegável que tenha havido alguma claque como os Leões da Serra da década de 80. Para nós, e para a maioria das pessoas, foi a maior e a melhor claque do Sporting da Covilhã. Por isso nós somos o renascer deles.

P – Os jogadores mais emblemáticos dessa equipa como César Brito e Rui Barros vão estar presentes?

R – Sim vão marcar presença e os restantes também. Temos confirmação de todos os jogadores, tirando os que estão no estrangeiro e ou aqueles que infelizmente já faleceram. Claro que podem sempre surgir imprevistos e um ou dois desses jogadores não estar presentes mas temos a confirmação de todos.

P – Vai ser um dia repleto de atividades?

R – Sim, vai ser um dia que vai começar com a receção aos jogadores na sede do clube juntamente com a direção do Sporting da Covilhã. Depois, iremos levar os jogadores ao Estádio Santos Pinto, para recordarem os jogos que ali realizaram. De seguida, faremos um almoço convívio e na parte da tarde um programa cultural com espetáculos de música popular da nossa cidade e da região, um grupo de concertinas, de bombos e haverá algumas surpresas, quer para os antigos jogadores, quer para a antiga claque dos Leões da Serra, porque muitos dos seus membros também vão estar presentes.

P – É um sonho voltar a ver a equipa no principal campeonato?

R – É um sonho para mim e eu penso que de toda a claque e das pessoas que apoiam o Sporting da Covilhã. Ninguém se esquece da equipa que subiu à Primeira Liga. Obviamente que os tempos são diferentes e temos de ter em conta também os motivos financeiros do clube mas nós acreditamos que é possível. Na época passada, se tivermos em conta a primeira volta penso que toda a gente estava com a esperança que subíssemos, mas depois a segunda volta já não correu tão bem mas eu penso que isso é um sonho que nunca ninguém vai deixar de ter.

P – Acha que é possível a curto prazo alcançar esse objetivo?

R – Não sei, há muita coisa a ter em conta quando pensamos no Sporting da Covilhã a subir à Primeira Liga. A curto prazo sei que a direção do Sporting da Covilhã vai sempre lutar para que isso aconteça, pode ser alcançado ou não, mas penso que isso vai ser sempre um objetivo.

P – Ainda não é muito comum ver uma mulher liderar uma claque e ser diretora de um clube. Como é que surgiu este gosto pelo futebol?

R – Tenho uma família que sempre foi muito ligada ao Sporting da Covilhã, o meu avô foi diretor do clube, o meu pai foi presidente da claque da década de 80 e o gosto foi passando de geração em geração. Sempre foi um gosto para mim ver o Sporting da Covilhã, sempre foi um orgulho pertencer a um grupo que apoia a equipa porque na minha opinião as claques modificam completamente um jogo e não é muito normal ver uma mulher à frente de uma claque mas eu penso que é a mudança que leva ao progresso. Talvez as pessoas comecem a encarar isto de uma forma diferente e penso que as mulheres podem fazer tanto como os homens e estou muito contente por estar à frente da claque e muito orgulhosa por o presidente do Sporting da Covilhã me ter convidado para a direção. Isto também mostra um pouco do trabalho que, não só eu, mas toda a claque tem realizado.

P – Quantos membros tem a claque? Tem sido difícil atrair novos elementos?

R – Atualmente, a nível das pessoas que apoiam no campo, somos entre 30 a 35 elementos mas temos entre 70 a 80 à nossa volta que muito nos têm ajudado a crescer, apoiado e ajudado nas nossas iniciativas. A equipa é que atrai e faz com que haja novos elementos numa claque e infelizmente nos últimos anos o Sporting da Covilhã esteve sempre muito próxima da descida. Obviamente que desde que a claque renasceu que temos angariado mais elementos mas torna-se complicado ter uma claque grande. E temos que ter em conta não só o desempenho da equipa como também a situação financeira que vivemos. É muito complicado levarmos os 35 elementos da claque a jogos fora. O nosso objetivo é sempre que a claque cresça cada vez mais mas para isso também temos que contar com o trabalho da equipa

Márcia Poeta

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