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«A EPABI é reconhecida internacionalmente»

Cara a Cara – Carlos Salazar

P – Como surgiu a ideia de organizar o 1º Festival de Música “Cidade da Covilhã”?

R – A ideia surgiu no âmbito da comemoração dos 20 anos da Escola e lembrámo-nos de organizar um festival porque achámos que a cidade tinha essa lacuna cultural. A Covilhã tem várias ofertas culturais mas não tinha nenhum festival de música e que ao mesmo tempo divulgasse o trabalho realizado pelas instituições da cidade e da região. Há um evento que é realizado anualmente, no qual a EPABI participa, que também faz esse trabalho mas mais na região da Beira Interior, que é o da Scutvias, mas nós queríamos fazer algo na Covilhã porque achamos que a cidade merecia ter alguma atividade deste género e então decidimos organizar este evento também integrado no âmbito da comemoração dos 20 anos da Escola.

P – Quais os objetivos que se propõe atingir?

R – Neste ano, os objetivos são precisamente trazer até às pessoas da Covilhã uma oferta diversificada. Tentámos organizar um festival que fosse de encontro a vários públicos. Para além das estruturas da Escola que estão responsáveis pelos primeiros dois concertos, pelo recital de música de câmara e pelo concerto de encerramento, todos os outros estarão a cargo de entidades, instituições ou até artistas de uma forma individual convidados pela Escola que quiseram participar. Também quisemos dar espaço e envolver as escolas com as quais temos protocolos e colaboramos diretamente, como são os casos dos Conservatórios de Música da Covilhã e de Castelo Branco, bem como a Academia do Fundão. Vamos ter ainda um recital de piano e canto, bem como a orquestra Guitarrofonia, constituída por alunos de várias escolas do eixo Castelo Branco-Viseu, na qual a EPABI também tem alunos e o maestro é professor na nossa escola. Com isto conseguimos reunir um leque de oferta bastante diversificado. Temos todas as famílias de instrumentos presentes, bem como as mais diversas estruturas camarísticas e orquestras e isso coloca-nos numa situação bastante confortável na oferta que proporcionamos ao público.

P – Serão realizados perto de uma dezena de concertos ao longo do mês de maio?

R – Sim. O festival contempla nove concertos ao longo do mês. São oito com o seu formato normal e outro pedagógico dedicado à escolas do concelho, em que atuarão os nossos grupos de música de câmara que vão fazer uma apresentação onde darão a conhecer todas as famílias dos instrumentos, como funcionam individualmente e depois o seu funcionamento em grupo. É um conceito mais educacional também para sensibilizar as crianças para o ensino da música e da arte.

P – Que balanço se pode fazer de 20 anos de EPABI?

R – Foram 20 anos muito ricos. Todas as direções que por cá passaram estão de parabéns. Acho que toda a gente dá o seu trabalho e sacrifícios feitos ao longo destes anos como bem empregues. Neste momento, a EPABI é uma das únicas cinco escolas profissionais de música do país e é reconhecida nacional e internacionalmente. Todos os anos temos alunos a entrar nas melhores escolas europeias de música e isso é fruto de um trabalho bem estruturado e de um sistema educacional e organizacional muito bem feito e definido. O nosso corpo docente também tem uma parte importantíssima neste trabalho. Temos professores que estão cá desde o início da escola e penso que isso também é sinónimo da sua qualidade, porque o nosso corpo docente é de altíssima qualidade. Fomos convidados para participar num concerto em Itália no Natal. Infelizmente não pudemos ir devido às condições financeiras mas o facto de termos sido selecionados é um fator de reconhecimento e temos agora o Conservatório Real de Haia, na Holanda, que vai celebrar um protocolo connosco e vamos ter cá uma delegação em julho. Inclusivamente o maestro dessa escola virá cá realizar um estágio com a nossa orquestra de cordas porque o Conservatório Real quer vir aprender connosco o nosso sistema e a nossa estrutura escolar para implementarem na sua escola.

P – Quantos alunos tem neste momento a EPABI? Com a crise o número tem-se mantido estável ou tem havido um decréscimo?

R – Neste momento temos 122 alunos. Por coincidência, este ano a escola atingiu o maior número de alunos de sempre nos 20 anos em que está a funcionar. Portanto, felizmente, a crise neste caso não nos tem afetado. Não sabemos o que irá acontecer no próximo ano letivo, mas temos feito o nosso trabalho e certamente que iremos ter os frutos.

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