P – Como surgiu a ideia da criação deste negócio?
R – Eu era emigrante e a vontade de regressar a Portugal falava mais alto. Tive conhecimento deste negócio de transformação de mármores a granitos, que já existia, mas que na altura tinha uma fraca viabilidade económica. Decidi então comprar esta fábrica e regressar a Portugal, estávamos no ano de 1985. No início em nome individual e a partir do ano 2000, constituímos uma sociedade por quotas. Desde sempre a nossa preocupação foi o desenvolvimento do negócio, a diversificação dos diferentes produtos transformados e a qualidade. Hoje somos uma empresa reconhecida e que emprega 7 pessoas.
P – Quais são os diferentes produtos que comercializam e os principais clientes?
R – Mais de metade da nossa produção destinava-se à construção civil, mas devido à crise do sector, sofremos uma quebra bastante importante. Hoje continuamos a fornecer a construção civil mas o mercado de particulares continua a ser muito importante para nós, nomeadamente lareiras, campas e outros produtos de equipamento e ornamentação.
P – Como encara o futuro da sua actividade?
R – Temos procurado alternativas à crise, diversificando a carteira de clientes e procurando novos mercados. Estou a falar da internacionalização da nossa empresa, visto que hoje já exportamos para Espanha, França, Suíça e Alemanha, como principais destinos. Temos que ter em conta também o factor concorrência, que nem sempre funciona da forma mais leal, mas a qualidade dos nossos produtos transformados e o respeito dos prazos de entrega têm sido factores determinantes na conquista de novos mercados e clientes.
P – Que outras formas de desenvolvimento têm procurado para o negócio?
R – Para além do circuito habitual e a procura de novos mercados internacionais, tem sido também de uma grande importância a participação em Programas de Formação Acção promovidos pela AENEBEIRA. Essas participações têm tido um papel relevante, na forma de repensar e organizar o negócio, na segurança, na gestão, na formação profissional, no fundo, uma mais-valia muito importante.
P – Estamos a escassos dias da inauguração de mais uma feira de S. Bartolomeu, qual a importância desta feira para a vossa empresa?
R – A participação em feiras e em particular na Feira de S. Bartolomeu em Trancoso é extremamente importante. É uma Feira na qual já participamos desde 1986. É uma oportunidade de divulgação da nossa empresa e mostrar o que sabemos fazer bem. É também um ponto de encontro com os nossos clientes, o que é sempre uma satisfação e também o estabelecimento de novos contactos. Mesmo se os negócios não se fazem imediatamente, é muito importante estarmos presentes porque muitos negócios acabam por surgir mais tarde.
P – Como encara o futuro da vossa actividade?
R – Relativamente às perspectivas do negócio, com serenidade. A crise do imobiliário, aliada à crise do financiamento, torna imprescindível o mercado internacional. O nosso objectivo é criar alternativas e manter o volume de negócios, mas também e sobretudo a manutenção dos postos de trabalho, que são um factor importante de estabilidade social e nisso as pequenas empresas têm um papel muito importante.