Arquivo

«A criação do próprio emprego pode ser uma saída pensando localmente, mas agindo globalmente»

Cara a Cara – Gonçalo Marques

P – Em que consiste o MF24?

R – O MF24 [Meu Futuro em 24 horas] é um ciclo de palestras, ateliês práticos e networking que pretende munir os participantes com competências que os favoreçam na procura ou na criação de emprego. Pretende também mudar mentalidades e maximizar a responsabilidade própria de lutar por uma vida melhor.

P – Quais os objetivos desta iniciativa que está a ser promovida em várias cidades do país?

R – Pretendemos, através de um evento gratuito, formativo, dinâmico e interativo, sensibilizar os participantes para a necessidade de serem agentes da sua própria mudança. Outros objetivos passam por potenciar o espírito de participação, iniciativa e liderança, bem como aproximar as empresas de possíveis colaboradores, gerando assim empregabilidade. Por último, pretende-se também fomentar networking entre os participantes e promover um debate sobre possíveis ideias de negócio. Tem ainda um cariz social, já que o custo da inscrição será pago através de trabalho social.

P – Quem participa terá então que fazer trabalho social?

R – Sim, as inscrições são obrigatórias e a participação implica o compromisso de cada inscrito escolher entre os projetos que sugerimos. Temos trabalho junto de crianças, que se denomina “sonhar, criar e crescer” que consiste em voluntariado junto de IPSS’s, de acordo com o horário e a região de onde o participante é oriundo, já que temos gente de todo o país. Temos também um projeto sénior, “a melhor idade”, e um terceiro de ajuda à associação “AJAS”, criada recentemente por jovens dinâmicos da região, que pretende apoiar jovens universitários em risco de abandono escolar e jovens do ensino secundário que tenham carências e apoiá-los na alimentação.

P – Há muitas inscrições para assistir às várias palestras?

R – A nível de inscrições tivemos um impacto muito positivo porque as pessoas realmente querem ativar competências, seja na procura ou na criação de emprego, mudando o rumo das suas vidas. O evento nasceu mesmo para fazer face à tragédia do desemprego. Possivelmente, vamos chegar à lotação que definimos porque o auditório tem capacidade para cerca de 480 lugares , mas como temos também ateliês práticos e queremos trabalhar de forma mais intimista, temos algumas dificuldades a nível logístico. Deste modo, pensamos que vamos trabalhar com um número de inscritos entre 200 e 250.

P – Serão 24 horas consecutivas?

R – Sim, temos um programa bastante vasto. Entre as 17 horas de amanhã e as 17 de sábado há um leque de palestras no programa com o testemunho de pessoas que já chegaram a um rumo bastante positivo, de sucesso e que pretende ser inspirador para os participantes. Através dos ateliês práticos, as ideias podem ser trabalhadas e criar também uma interação mais próxima, trabalhando vários temas.

P – A iniciativa destina-se essencialmente a desempregados e jovens à procura do primeiro emprego?

R – O nosso público-alvo é sobretudo um terço de estudantes, um terço de desempregados e outro de empreendedores. Contudo, temos tido participações de pessoas que estão a trabalhar mas que querem rever o seu futuro e então inscrevem-se para se inspirarem na criação da sua própria empresa ou emprego. No entanto, está aberto um pouco à comunidade geral que se identifique com os objetivos deste evento.

P – A criação do próprio emprego numa altura de crise é uma boa alternativa para os recém-licenciados e desempregados?

R – Tendo em conta a crescente percentagem de desemprego que temos, só um crescimento económico do PIB acima de três por cento poderia absorver cerca de metade do desemprego atual. A injeção empreendedora que este evento pretende dar e a criação do próprio emprego pelas pessoas pode ser uma saída, pensando de uma forma local, mas agindo globalmente. Ou seja, temos que pensar que, apesar da criatividade poder despoletar uma nova ideia de negócio a singrar no nosso país, temos que ver o valor acrescentado que a internacionalização das empresas pode despoletar.

Gonçalo Marques

Comentários dos nossos leitores
MARIA MARQUES beluscorpus@gmail.com
Comentário:
SIM ACHO QUE OS JOVENS DEVEM ACREDITAR E FAZER UM PORTUGAL MELHOR .JUNTEM-SE E FAÇAM ISTO ANDAR PARA A FRENTE .SAIR DE PORTUGAL NÃO É A SOLUÇÃO .OS BONS TÊM QUE FICAR PRECISAMOS DELES.
 

«A criação do próprio emprego pode ser uma
        saída pensando localmente, mas agindo globalmente»

Sobre o autor

Leave a Reply