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A “coisa nossa”

Em teoria, a Maçonaria é uma sociedade discreta, e, por discreta, entende-se que se trata de ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, a humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica.

Portanto, a maçonaria é uma sociedade fraternal que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião, ideário político ou posição social. As suas principais exigências são que o candidato acredite num princípio criador, tenha boa índole, respeite a família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição, eliminando os seus vícios e trabalhando para a constante evolução de suas virtudes.

Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas, como são mais conhecidas e corretamente designadas por lojas, «todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si« (fonte: Wikipédia).

Na prática, a Maçonaria é uma sociedade secreta tentacular, com “lojas” espalhadas pelos quatro cantos do país e do mundo e que tem por regra recrutar para membros apenas os mais bem sucedidos socialmente, especialmente entre as classes profissionais mais ricas – financeiros, médicos, advogados, jornalistas, empresários, oficiais militares, magistrados e políticos nacionais e locais – que a financiam generosamente.

Os maçons angariam para as suas hostes as pessoas influentes e em postos chave, e persuadem-nos com promessas de prestígio social. Em contrapartida, os recrutados podem contar com o apoio da poderosa “fraternidade” sempre que dela necessitarem, seja por motivos profissionais, económicos, políticos, judiciais, etc. Desta forma, toda a “fraternidade” beneficia (fonte: http://citadino.blogspot.pt/).

Estarmos cientes desta realidade cuidadosamente encoberta é o primeiro passo para começarmos a entender porque é que: certos criminosos continuam à solta com processos “emperrados” em tribunais “ad eternum”; certos financeiros travestidos de políticos (ou será ao contrário?) delapida(ra)m o país e se pavoneiam pornograficamente nas nossas barbas; certas sociedades financeiras nos devem milhares de milhões mas continuam em atividade e com lucros; certas fundações que era para serem extintas, afinal já não vão ser; putos recém-licenciados têm acesso direto a cargos de assessoria no governo; monopólios nas áreas da energia, telecomunicações, indústria se mantêm, com testas-de-ferro a surgirem da área da finança ou da política, et cetera. A lista poderia ela própria eternizar-se com (maus) exemplos. Os “princípios” pelos quais se regem são os do compadrio, do favorzinho, do coça-as-minhas-costas-e-eu-coçarei-as-tuas. Vivem muito acima da “ralé” mas cumprindo, sempre, teatral e religiosamente o exercício dominical da genuflexão e persignação na persecução dos perdões divinos já que perdões terrenos dificilmente os teriam em função do tamanho dos “pecados” de lesa pátria que alguns cometem. É, também, por isto que tudo continuará na mesma nesta república (dos) bananas, agora como há décadas. Escusam de evocar o tempo do tipo de Santa Comba porque há instituições que são como as baratas e a Cher, sobrevivem até a um “Armagedon” nuclear, para mal das sociedades (ditas) democráticas. Mas cá como no resto da Europa e também nos EUA, o “zeitgeist” é semelhante. John F. Kennedy ousou dizer a 27 de abril de 1961, perante as Associações de Jornais Americanos, em Nova Iorque o seguinte:

«(…) A palavra “segredo” é repugnante numa sociedade aberta e livre, e nós como povo somos intrinsecamente e historicamente contra as sociedades secretas, juramentos secretos e procedimentos secretos. Decidimos há muito que os perigos do excessivo e injustificado encobrimento de factos relevantes é mais grave do que os perigos que são citados para o justificar.

(…) Porque estamos confrontados em todo o mundo por uma conspiração monolítica e cruel que se apoia principalmente em ações encobertas para expandir a sua esfera de influência, em infiltração em vez de invasão, em subversão em vez de eleições, em intimidação em vez da livre escolha, em guerrilha a coberto da noite em vez de exércitos à luz do dia.

(…) Os seus planos são ocultos, não anunciados. Os seus erros são encobertos e não tornados públicos. Os seus dissidentes são silenciados e não elogiados. Nenhum gasto é questionado, nenhum rumor é publicado, nenhum segredo é revelado». Pouco mais de dois anos depois, a 4 de junho de 1963, Kennedy assinou um decreto presidencial, com autoridade para retirar ao Banco da Reserva Federal o seu poder para emprestar dinheiro ao Governo Federal dos Estados Unidos com juros. Com o golpe de uma caneta, o Presidente Kennedy anunciou que o, privado, Banco da Reserva Federal estaria em breve fora do negócio extorsionário. Quatro meses e meio depois foi assassinado com três tiros vindos de locais diferentes. Os homens por trás da cortina encarregaram-se de garantir o status quo e Lee Oswald, o carneiro sacrificial, foi preso em apenas oitenta minutos! No entanto, quarenta anos depois, num conflito provocado pelos mesmos manipuladores, tardaram dez anos a “achar” um tal de Laden, Bin… Laden que não chegámos a ver morto. Parece que lhe fizeram um enterro aéreo. A facilidade com que nos contam tretas e nós engolimos. A palavra máfia há muito que estendeu o seu significado.

Por: José Carlos Lopes

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