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A Casota disponível para «ajudar» no canil municipal

Associação Guardense de Protecção de Animais está à espera de oficializar um protocolo de colaboração com a autarquia

A Casota vai reunir com o presidente da Câmara da Guarda para colaborar no canil municipal. O encontro ainda não está agendado, mas Teresa Duran, presidente da direcção da Associação Guardense de Protecção de Animais, espera poder contribuir para melhorar o funcionamento do serviço.

«Os pressupostos desta colaboração assentam na doação de um terreno contíguo para A Casota construir um espaço para acolher animais abandonados e maltratados, mas também numa maior divulgação do canil e arranjar voluntários para passarem lá algum tempo, passearem os cães e dar-lhes um bocadinho de carinho», refere, adiantando ainda que a associação poderá receber donativos que serão aplicados no tratamento e alimentação dos animais. «Acho que podemos ajudar melhor», garante a responsável, não sem antes alertar para a necessidade de ter mais voluntários a ajudar nesta missão. «Não temos famílias de acolhimento, o que é terrível. Mas também precisamos de gente que possa vir ao canil algumas horas por dia para estar com os cães», justifica Teresa Duran. Na passada terça-feira, em colaboração com a autarquia, A Casota organizou mais uma campanha que resultou na adopção de três cães. «Apesar de ser um número pequeno, é positivo, até porque as pessoas ainda não estão muito vocacionadas a deslocarem-se ao canil. Este tipo de acções funciona melhor fora daqui, quando se realizam outros eventos na cidade», considera.

Actualmente, a dezena de boxes do espaço – que resultou da recuperação do edifício da ETAR dos Galegos – estão cheias de animais. Há inclusive três ninhadas: «Uma delas muito grande, cujas crias foram deitadas por cima das grades do canil. Ainda há muita irresponsabilidade e insensibilidade por parte de certas pessoas que, um dia, descobrem que os animais não são bonecos, ou então que não os esterilizam. Este lugar é o último recurso», lamenta. Quanto à polémica dos últimos dias – Luísa Campos, que denunciou algumas situações graves na última edição de O INTERIOR, foi uma das visitantes de terça-feira, Teresa Duran tenta evitar pronunciar-se. «Quem é sensível e gosta dos animais já lhe custa entrar no canil e ver os cães a pedir mimos», afirma, admitindo que as boxes têm que ser limpas «de alguma maneira». Uma das soluções passaria por disponibilizar um terreno de terra batida onde os animais possam permanecer sempre que o desejarem e quando se higienizam as boxes. No entanto, a presidente da direcção d’A Casota admite que «é fundamental que estivesse alguma pessoa permanentemente a dar outro tipo de atenção e cuidados aos animais. Mas há regras, algumas mais rígidas nos últimos meses», acrescenta.

A associação vai retomar as campanhas de adopção no próximo ano, sendo que o objectivo é realizá-las mensalmente. Quem também já se pronunciou sobre o relato de Luísa Campos foi Gabriela Lopes, antiga funcionária do canil. Para esta engenheira zootécnica, dispensada pela autarquia em Novembro, «qualquer visita ao canil demonstra o que se passa lá dentro. Aquele tratamento não pode continuar, pois os funcionários não têm sensibilidade para lidar com animais». Gabriela Lopes considera ainda que «andam a dizer por aí que vendi animais para lutas de cães no Porto, isso é inacreditável», denuncia, enquanto lamenta o que se passa no canil.

Luis Martins Actualmente, as boxes do espaço estão cheias de animais

Comentários dos nossos leitores
Carla Marisa Pereira carla.pereir@gmail.com
Comentário:
É só mais uma demonstração que como alguns seres “humanos ou não” banalizam a vida de outros animais. Ainda dizem…alguns, que Portugal é um país desenvolvido…onde? Dá-me vontade de rir….e de chorar… também!!
 
fernanda sousa fernanda_sousa_mfr@hotmail.com
Comentário:
É inacreditavel como conseguiram deitar a Gabriela fora, como fazem aos animais, e acusarem-na de venda dos animais quando ela tanto lutou por eles. Eu só digo DEUS tarda, mas não dorme.
 
dulce dulce@sapo.pt
Comentário:
O director de um jornal antes de fazer qualquer comentário tem que analisar todas as partes.
 
Ze Martinho zemartinho@hotmail.com
Comentário:
Acabar com pseudo canis em Portugal que são autênticos campos de concentração de animais (o da Guarda é um exemplo), é um imperativo!
 

A Casota disponível para «ajudar» no canil municipal

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