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«A Câmara do Fundão tem sempre as portas abertas»

Cara a Cara – Entrevista

P-A quinta edição do Imago está a corresponder às expectativas?

R- Está a superar as nossas melhores expectativas, porque a população da região e do resto do país tem mantido uma grande animação. Estamos bastante satisfeitos com a resposta que temos tido nestes primeiros três dias do festival.

P-A nova “casa” do Imago, o Fundão, adequa-se ao evento?

R- Perfeitamente, mas temos algumas limitações. A Câmara está a tentar ultrapassá-las com todas as obras que está a lançar ou que estão perspectivadas e quando essas infra-estruturas existirem, o Fundão será então uma escolha muito acertada.

P-Mas o facto de haver uma limitação de espaços não impede uma maior adesão ao evento?

R- Não é uma questão de impedir, mas, em certos aspectos, pode limitar. No sábado, todos os espectáculos esgotaram. No pavilhão conseguimos meter todas as pessoas reforçando os lugares; no Casino Fundanense, a lotação também esgotou completamente e na festa com o Andy Smith muitas pessoas não puderam entrar. Nesse sentido, obviamente que limita. Também o “feedback” da capacidade hoteleira ainda é algo limitado, o que faz com que muitas pessoas acabem por não vir porque os hotéis estão completamente lotados para o fim-de-semana. Mas nos próximos tempos haverá muito mais resposta hoteleira e por isso esperamos que todas as coisas evoluam mais no sentido positivo. Mas não me parece uma questão muito grave. É sinal que a resposta é grande e isso é extremamente positivo.

P-Mas a organização vai conseguir superar a barreira dos dez mil espectadores?

R-Não sei. Isso era uma estimativa e um objectivo, mas não era prioritário. O essencial era que as pessoas se sentissem bem, que gostassem da programação e chegar a um número de espectadores que justificasse o esforço e o investimento feito nesta edição. Penso que, pela adesão que tivemos nos primeiros dias, poderemos chegar a esses números. Se é mais ou menos, só o saberemos no final.

P-Para a organização, esta é a melhor edição do Imago?

R-Sim. Desta vez tivemos mais recursos para exibir um maior número de filmes. Duplicamos o número de produções, o que faz com que a oferta e a escolha seja muito maior nos padrões de qualidade que impomos. Há mais diversidade e melhorámos muito no que diz respeito às secções paralelas, de vídeo-digital e do Sound & Vision Experiences, que teve um crescimento exponencial.

P-Esses recursos foram apenas financeiros?

R-Falo a todos os níveis. São mais recursos financeiros, obviamente, mas também logísticos, um apoio fundamental de uma grande quantidade de jovens voluntários do Fundão que se envolveram de forma fantástica na produção do festival, e um apoio indescritível da Câmara, que tem sempre as portas abertas para nós e para a resolução de todos os problemas que um evento desta envergadura tem no seu dia a dia.

P-O último dia do festival, no sábado, promete ser de arromba?

R-Esperamos e estamos a trabalhar para ter no encerramento um espectáculo diferente e grandioso, com várias vertentes ao longo da noite, como a entrega de prémios e um filme concerto num formato muito pouco habitual, que mistura DJ com Alpha, uma banda de referência no panorama da música. Depois, há também uma dupla muito divertida de Barcelona, “Los Platanitos” e, para fechar o festival em grande, uma das maiores e melhores duplas de DJ’s da actualidade, os “Le Hammond Inferno”, uma presença habitual nos maiores festivais de todo o mundo. Esperemos que seja realmente uma noite que marque este festival, onde não faltaram até agora os grandes momentos.

P-Há perspectivas do Imago crescer ainda mais em 2005 com mais duas secções competitivas…

R-Se as infraestruturas necessárias estiverem prontas em 2005, vamos avançar para transformar o “Free Screen”, que este ano é uma mostra exclusivamente nacional, para uma nova secção competitiva na área de vídeo. Já o “Projecto Nacional” não terá uma visibilidade imediata e não é uma secção voltada para o público. Passa um pouco pelos “workshops” que temos trabalhado nos últimos anos com um carácter de competição e que possam ter como resultado a produção de um filme a exibir no ano seguinte. Digamos que é mais uma competição de projectos do que uma competição de filmes ou de outros trabalhos que as pessoas possam ver no imediato, pois os resultados só serão conhecidos no próximo ano.

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