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A brincar, a brincar se aprende

Vila Soeiro vai ser invadida por 250 crianças que vão aprender com jogos lúdicos e pedagógicos

A aldeia de Vila Soeiro, perto da Guarda, vai servir de palco a uma aula inédita ao ar livre para cerca de 250 alunos e 50 educadores. «Tudo é um jogo», mas é a brincar que se aprende, conta o professor Joaquim Pereira. A ideia é do agrupamento de Escolas de S. Miguel-Guarda com o grupo de Educação Visual e Tecnológica e surgiu com o intuito de criar laços fortes entre a realidade urbana e rural na sua área de influência. Assim nasceu a ideia de ensinar aos mais pequenos os hábitos e os costumes do meio rural, desde os cantares aos trajes tradicionais, até à feitura do pão no forno a lenha.

O agrupamento de Escolas de S. Miguel-Guarda recebe alunos de realidades distintas, uns são oriundos da área urbana da Guarda e outros vêm das aldeias vizinhas. «Através de actividades lúdicas e pedagógicas vamos aprofundar os conhecimentos dos mais pequenos», conta Joaquim Pereira, um dos professores envolvidos na organização do projecto “Viver a Aldeia em Vila Soeiro”. Entre outros objectivos, o evento pretende dinamizar espaços habitacionais de carácter predominantemente rural, valorizar a cultura e o património local, consolidar conhecimentos pragmáticos, privilegiando o “saber fazer”. O projecto terá a duração de quatro anos, para abranger a totalidade dos alunos escolarizados no agrupamento, o que implicará uma aproximação dos alunos do 6º ano de escolaridade da EB 2, 3 de S. Miguel e dos seus colegas das escolas do 1º ciclo de Cavadoude, Aldeia Viçosa, Porto da Carne, Faia e Vila Cortês. Tudo para que os alunos se constituam como «verdadeiros embaixadores da sua cultura, preservando as tradições e o património regionais», sustenta o docente. A actividade envolverá cerca de 300 participantes, entre professores, habitantes da aldeia e crianças.

Os alunos serão transportados para Vila Soeiro em autocarro, organizados em equipas solidárias, identificadas por cores e instruídos nas regras de participação. A actividade terá início cerca das 10 horas. Ao chefe de equipa será entregue um mapa da aldeia com a ordem do percurso, um diário de bordo e uma bandeirola identificativa. À hora prevista, as equipas iniciam a actividade que será constituída por doze estações dispersas pela aldeia e orientadas por professores e habitantes, que desempenharão funções de demonstradores e controladores. Entre alguns dos locais já identificados destaca-se a malha de cereal na eira ou a pesca no tanque, tudo animado pela música tradicional e com trajes a rigor. Depois da lida haverá muitos jogos, dos tradicionais à caça ao tesouro no pinhal, passando pelo jogo da prevenção de incêndios. Cada equipa dispõe de um máximo de oito minutos para cumprir as tarefas de cada estação, obtendo uma pontuação de acordo com o desempenho. O almoço será disponibilizado na sexta estação do circuito personalizado para cada equipa, sendo elaborado com a colaboração do grupo de estagiários de Nutrição do Instituto Jean Piaget (Viseu), actualmente em formação no agrupamento.

Patrícia Correia

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