P – Estava à espera de ser o árbitro mais bem classificado do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda?
R – Eu estava à espera. Na minha opinião, esta classificação até pecou por tardia, porque o ano passado pensava ser o árbitro mais bem classificado e este ano confesso que estava à espera. Definiram-se critérios – quatro testes escritos e duas provas físicas – e no decorrer dos mesmos eu tinha a noção que estavam a correr bem e trabalhei para isso. De acordo com os critérios estabelecidos pelo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda, foi justo eu ter sido o primeiro classificado e fico grato e enalteço a definição dos mesmos por parte desta entidade. Por outro lado, quero destacar e agradecer aos meus árbitros assistentes, porque a arbitragem é um trabalho de equipa e sem eles esta classificação também não teria sido possível.
P – Já sabe se conseguiu chegar à terceira categoria nacional?
R – Sim. Já fiz os exames, em Fátima, no passado dia 11 de Junho, consegui passar e já estou no quadro.
P – Sempre foi um objectivo seu chegar aos nacionais?
R – Sim. No ano passado fui fazer provas de futebol a nível nacional, mas ia como suplente, e fiquei a um lugar de subir de categoria. Nesse sentido, chegar aos nacionais fazia parte dos meus objectivos, algo que consegui alcançar.
P – Até onde ambiciona chegar na arbitragem?
R – Para já, e pensando na próxima época, quero apenas estabilizar na nova categoria. Um dia mais tarde, até porque só tenho 25 anos, gostaria de tentar chegar à segunda divisão. Agora, temos de trabalhar passo a passo e com calma, porque custou seis épocas a chegar à terceira categoria, e quero conseguir manter-me na terceira divisão, por agora.
P – Considera que a qualidade da arbitragem no distrito da Guarda tem vindo a melhorar nos últimos anos?
R – Sim. Reflexo disso são as classificações que saíram recentemente, que indicam que a maioria dos árbitros se mantiveram no escalão em que estavam. Antigamente, se calhar aconteciam despromoções mais rápidas dos árbitros que pertenciam à Associação de Futebol da Guarda e neste momento conseguem estabilizar. Por isso, estão reunidos todos os componentes para podermos dizer que a arbitragem no distrito da Guarda está a melhorar.
P – É difícil arbitrar nos distritais da Guarda? Já teve problemas?
R – Nunca tive grandes problemas. Tenho aqueles problemas “normais” que caracterizam a distrital, mas nunca tive uma situação mais complicada. Ainda assim, é diferente apitar na distrital em relação ao nacional, onde já fui árbitro assistente. No futebol distrital também não há tanta qualidade, tanta fluidez no jogo e há mais contacto físico, tornando-se mais difícil arbitrar.
P – O que acha da possível profissionalização dos árbitros?
R – Eu concordo com a profissionalização. O árbitro actualmente não vive exclusivamente da arbitragem e com a profissionalização iria evoluir um pouco mais, o que não quer dizer que o erro na arbitragem desaparecesse. Ainda assim, é uma boa solução para o aprimorar de todas as competências inerentes ao exercício da arbitragem.