Por estes dias, temos assistido a inúmeras iniciativas que visam promover a utilização de biocombustíveis em detrimento dos combustíveis fosseis. Países que até agora tinham mostrado cepticismo face a estas novas fontes de energia, têm corrigido as suas posições, com especial destaque para os EUA, procurando incentivar, de forma clara, a utilização destes biocombustíveis.
Apesar de este assunto já ter sido tratado neste espaço, a corrente de informação associada a este tema, bem como os novos avanços científicos, justificavam por si só o retomar desta temática. Contudo, regresso ao assunto porque têm vindo a lume na comunidade científica notícias sobre aspectos menos positivos do fabrico destes biocombustíveis.
Olhando para a matéria prima desta fonte de energia podemos encontrar o milho, a colza (variedade de couve), o trigo ou a cana de açúcar, ou mais raramente, os desperdícios de óleo de cozinha ou de sebo. Os biocombustiveis permitem, quando misturados com a gasolina ou o gasóleo, reduzir a utilização do petróleo, bem como diminuir a quantidade de gases responsáveis pelo aumento do efeito de estufa.
O argumento a favor da utilização dos biocombustíveis como solução limpa para combater o aquecimento global do planeta tem sido alvo de criticas recentes, nomeadamente sobre os perigos da produção de etanol e biodiesel.
Os perigos associados à produção dos biocombustíveis assentam em três ideias: a desflorestação das zonas onde se irá produzir o biocombustível, o aumento dos preços dos géneros alimentares e, por fim, uma degradação das condições laborais. A desflorestação é o principal inconveniente da produção dos biocombustiveis, apesar de ser um fenómeno difícil de medir com precisão.
Apesar destas ideias menos positivas, a ciência não pára e começam já a surgir alternativas a esta fonte de energia alternativa. Neste sentido, e segundo um artigo publicado na revista Science, o biocombustivel à base de resíduos vegetais tem sido visto como uma alternativa ao etanol de milho, podendo mesmo num futuro suplantar a produção deste.
Esta nova tecnologia chamada etanol celulósico procura transformar toda a espécie de matéria vegetal em combustível. Estes resíduos vegetais vão desde os caules do milho, à palha do trigo, passando pelos resíduos dos cortes florestais.
Todos estes novos avanços tecnológicos associados às novas produções de energia mostram o quão volátil pode ser uma ideia mesmo que unanimemente aceite por todos.
Por: António Costa