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600 bombeiros em permanência no Verão na Guarda

Confirmada deslocação do helicóptero de Aguiar da Beira para a Mêda por motivos «operacionais»

O distrito da Guarda vai ter este ano 603 bombeiros, 135 viaturas terrestres e três helicópteros em permanência durante a Fase Charlie, a mais crítica em termos de fogos florestais. Para 2008, confirmou-se também a transferência do helicóptero de Aguiar da Beira para a Mêda e foi anunciada a fase Echo, entre 16 de Outubro e 31 de Dezembro. O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) foi apresentado na passada sexta-feira por António Fonseca, comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS). Rui Pereira, ministro da Administração Interna (MAI), esteve presente.

Até meados de Maio (fase Alfa), o distrito conta com 353 elementos e 71 viaturas. Entre o final deste período e 30 de Junho (fase Bravo) haverá 385 homens com 85 viaturas. A fase Charlie é a que envolve mais homens e meios, com 603 bombeiros e 135 veículos. Nas fases Delta (de 1 a 15 de Outubro) e Echo estarão mobilizados 369 homens e 69 viaturas em permanente disponibilidade. Quanto aos polémicos meios aéreos, Seia estará servida de 15 de Maio a 15 de Outubro, enquanto Guarda e Mêda só terão helicóptero no pico do Verão. Segundo António Fonseca, a deslocalização da aeronave de Aguiar da Beira para a Mêda acontece por motivos «operacionais» e não compromete a cobertura daquele município e leva «maior eficácia» na cobertura dos concelhos vizinhos da Mêda, Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Almeida. No que diz respeito às equipas permanentes, só quatro municípios assinaram o respectivo protocolo.

Na sua intervenção, Rui Pereira destacou três momentos decisivos: a prevenção, a proximidade e o combate. Neste particular, o MAI referiu que os meios disponíveis só serão úteis se houver «uma boa coordenação» entre todos os agentes de protecção civil. Quanto à negligência ou descuido dos proprietários, o ministro explicou que o crime de fogo florestal é agora punido com maior severidade e que também as pessoas colectivas passam a ser criminalizadas por esse ilícito.

Gil Barreiros acusa CDOS de falta de diálogo

No final da cerimónia, Gil Barreiros, presidente em exercício da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FDBG), criticou o agendamento da cerimónia, «um pouco simbólica», dada a ausência de parte substancial dos corpos de bombeiros. Falta que terá ficado a dever-se ao facto de se realizar num dia da semana, pelo que muitos dos voluntários não puderam ausentar-se dos seus locais de trabalho. Em resposta, António Fonseca revelou que houve «um elemento de ligação da Federação, que foi nomeado e esteve presente nas reuniões de preparação deste exercício». Segundo o comandante do CDOS, a escolha da data diz apenas respeito à agenda de Rui Pereira, acrescentando que a FDBG «nada opôs a este dia». Contudo, Gil Barreiros alega que houve falta de diálogo, pois o referido elemento de ligação tratou «apenas de aspectos como a formatura, vozes de comando e toda a parte técnica». Para o presidente em exercício da Federação, este episódio deveria motivar a criação de um elemento de ligação entre as associações de bombeiros e o CDOS. «A parte oficial devia ter um maior diálogo com as associações, que não podem continuar a ser os enjeitados e os não-ouvidos neste processo», lamenta.

Igor de Sousa Costa

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