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50 anos depois…

mitocôndrias e quasares

No dia 27 de Setembro de 1957, a 300 metros da Ponta dos Capelinhos, os habitantes da ilha do Faial assistem a uma erupção submarina, que se prolongou até ao “adormecimento” em calma na tarde do dia 24 de Outubro de 1958. Passados 50 anos, este fenómeno ainda é considerado único no mundo da vulcanologia por ter ser sido fotografado, observado e interpretado desde o inicio, graças a um engenheiro local, Director dos Serviços Distritais das Obras Públicas, que juntamente com a sua equipa acompanharam o vulcão quer ao longo do período de actividade quer ao longo do processo erosivo.

Ás 7 horas do dia 27 de Setembro, o oceano já “fumegava” muito, e passado uma hora assistiu-se ao surgimento das primeiras cinzas, como jactos de criptoméria. Deste modo teve incio a fase submarina do Vulcão dos Capelinhos. No final do dia, já se podia visualizar de todas as ilhas centrais uma coluna de vapor de mais de 4 km de altura.

A partir do dia 3 de Outubro, a emissão de gases e de rochas sólidas, foram rapidamente substituídas por explosões violentas, das quais resultam autenticas bombas de lava e grandes quantidades de cinzas projectadas para o ar, enquanto que por baixo correntes de lava escorriam para o mar. A erupção evoluiu formando primeiro uma pequena ilha a 10 de Outubro, chamada de “Ilha Nova” (e ainda, “Ilha do Espírito Santo” ou “Ilha dos Capelinhos”), com 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura, ficando com a cratera aberta ao mar. Esta primeira pequena ilha afunda-se no fim do mês. Em princípios de Novembro, a erupção recomeçou e formou uma nova ilha. No dia 12 de Outubro, com a formação de um istmo, a pequena ilha liga-se à ilha do Faial.

Os Vulcões são aberturas ou fendas da crusta terrestre através das quais ocorrem erupções de rocha em fusão. Verificam-se geralmente em pontos fracos da estrutura da crusta, frequentemente em regiões de instabilidade geológica, como os rebordos das placas da crusta.

Os cientistas ainda não compreendem completamente o processo de formação dos vulcões. Parece que, em certos pontos da camada imediatamente a seguir à crusta da Terra, se encontra particularmente quente ou onde parte da crusta é forçada a descer para o manto, o calor faz fundir a a parte superior do manto e a parte inferior da crusta formando o magma. Esta rocha fundida fica sob pressão à medida que se forma mais magma, e sendo menos densa que a rocha circundante eleva-se. À medida que o magma sobe, funde um canal para passagem na rocha e acumula-se, em conjunto com com os gases libertados pela rocha em fusão, numa câmara de magma, poucos quilómetros abaixo da superfície da Terra.

A certa altura, a pressão do magma e do gás aumenta de tal modo que ocorre uma erupção, rebentando uma abertura na rochas da superfície. A lava, designação que o magma para a adquirir após a sua emissão, acumula-se em volta da abertura, formando uma montanha vulcânica ou, se a erupção provier de uma fissura, um planalto de lava. O vulcão sofre então erupções periódicas de gases, lava e fragmentos de rochas. É denominado activo, adormecido ou extinto conforme a frequência das suas erupções.

Apesar do perigo que, muitas vezes, representa este comportamento da natureza, o vulcões imagens sempre muito belas, para além, de serem muito importantes para os cientistas porque proporcionam informações acerca do interior do nosso planeta.

Por: António Costa

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