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4º Curso do CEI termina com muitos planos para a região fronteiriça

As fronteiras e os intercâmbios foram debatidos durante cinco dias na Guarda

O quarto curso de Verão do Centro de Estudos Ibéricos chegou ao fim. Depois da entrega dos diplomas, foi formalizada uma declaração sobre a Cooperação onde professores e os alunos manifestaram as novas vertentes da colaboração e a sua importância para o desenvolvimento desta região transfronteiriça. A “Cooperação Ibérica: novas fronteiras, novos intercâmbios” foi o tema debatido durante cinco dias na Guarda.

A sessão decorreu com a presença da presidente da Câmara Municipal da Guarda, Maria do Carmo Borges em representação da direcção do CEI e de Lucas Hernandéz, director geral da Caja Duero, instituição que se tem destacado pelas acções de dinamização social e cultural no domínio da cooperação ibérica. Para a autarca Maria do Carmo Borges «o CEI é uma das grandes obras da Guarda». E acabou por incentivar à cooperação, «a qual faz mais sentido nas áreas fronteiriças», sublinha a edil guardense. «Devemo-nos unir com Espanha para ficarmos mais fortes», salienta Maria do Carmo Borges. Já o director Geral de Caja Duero, Lucas Hernandéz, enumerou todas as iniciativas promovidas por este grupo em Portugal, e deu exemplos do que se poderá fazer por esta região, em termos de intercâmbios, nomeadamente, no Douro Internacional.

Assim face às acentuadas assimetrias das regiões fronteiriças portuguesas e espanholas, o CEI anunciou durante este curso novos desafios para a cooperação transfronteiriça e comprometeu-se em desenvolver acordos e planos, que ultrapassem os actuais Programas Operativos apoiados pela União Europeia. No sentido de aprofundar a cooperação entre os territórios dos dois lados da fronteira, alunos e professores elaboraram algumas considerações. Num primeiro ponto, exigem a execução de uma estratégica que contemple o âmbito fronteiriço luso-espanhol, seguindo as recomendações do Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (EDEC) e do Convénio Europeu da Paisagem. Para ultrapassar alguns obstáculos intangíveis deve haver também um apoio «num fortalecimento da cooperação cultural, técnica e científica entre os diferentes responsáveis». Ficou decidido também que se deve promover acções a favor de algumas paisagens culturais das áreas fronteiriças como Património da Humanidade (Douro Internacional) e a figura de “aldeia europeia”, proposta recentemente para Rionor de Portugal/Rionor de Castilla na fronteira Transmontana /Zamorana, bem como outras paisagens, símbolos históricos e geográficos da Raia Central. Dando como exemplos as Aldeias Históricas de Portugal, a Serra da Estrela e a Serra da Malcata. «As novas tecnologias e as potencialidades da sociedade da informação» são os “tijolos” apontados para a construção de um futuro melhor para esta região. Por isso, concluiu-se ainda, que se deve promover planos específicos «para corrigir o déficit e as desigualdades que sofrem as regiões fronteiriças», especialmente, as regiões limítrofes portuguesas de Trás-os-Montes, Alto Douro e da Beira Interior.

Patrícia Correia

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