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3,5 milhões de euros para nova psiquiatria do CHCB

Investimento foi aprovado em Assembleia Geral de accionistas, que voltou a adiar a substituição do Conselho de Administração

A Assembleia Geral do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHSB) aprovou, na última quinta-feira, um investimento de 3,5 milhões de euros para a construção do novo Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental. Este era um dos assuntos mais importantes a debater pela administração da unidade hospitalar, que aguardava por esta reunião desde Março passado.

A verba aprovada pelos accionistas do CHCB vai permitir concretizar a construção de um novo edifício para este departamento. A obra apenas começará a ser executada no próximo ano, numa parcela de terreno entre o Hospital Pêro da Covilhã e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Até aqui, os serviços de Psiquiatria têm estado a funcionar nas instalações do antigo hospital da cidade. A Assembleia aprovou ainda o Relatório de Gestão e as Contas de 2004, apesar do CHCB ter apresentado um prejuízo de 8,5 milhões de euros em 2004, o terceiro maior défice no total dos 31 hospitais empresarializados. Em Novembro último, Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração (CA) justificava este «défice crónico» que a unidade vem mantendo desde que foi criada, há cinco anos, com o número insuficiente de médicos, o que obriga a uma sobrecarga de gastos em horas extraordinárias. Os gastos despendidos com o ensino, as deslocações de doentes para outros hospitais, nomeadamente Coimbra, e o actual sistema de retribuição aos hospitais foram outras das causas apontadas.

Na altura, Miguel Castelo Branco defendeu o alargamento das actividades remuneradas pelo Ministério da Saúde a áreas como o tratamento de medicina física e reabilitação e consultas não médicas (como psicologia e nutrição). Recorde-se que, actualmente, apenas as áreas de consulta externa, urgência, internamento, cirurgia ambulatório, hospital de dia e serviços ao domicílio são pagas pela tutela, e nalguns casos só apenas numa parte. É o caso do serviço ao domicílio, em que apenas o trabalho desenvolvido pelos médicos é retribuído ao hospital quando o grande volume deste serviço é desempenhado por enfermeiros. Ainda assim, e por proposta do accionista Estado, foi aprovado um voto de apreço para o Conselho de Administração e Fiscal Único. De resto, realçar ainda que a Assembleia ratificou o investimento de 830 mil euros efectuado na Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais, que entrou em funcionamento em Janeiro passado. No entanto, ficou por nomear o novo Conselho de Administração. O mandato de Miguel Castelo Branco terminou a 31 de Dezembro de 2004 mas, pelos vistos, só em 2006 é que a nova administração presidida por João Casteleiro deverá ser nomeada pelos accionistas, quando a Sociedade Anónima do CHCB for transformada em Entidade Pública Empresarial.

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