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302 bebés nascidos na Guarda no primeiro semestre

Segundo dados oficiais, houve menos 28 nascimentos do que no mesmo período de 2011

No primeiro semestre deste ano nasceram 302 crianças na maternidade do Hospital Sousa Martins, o que representa cerca de metade do total de nascimentos registados no ano passado na Guarda, quando houve 670 partos.

Segundo dados oficiais, a que O INTERIOR teve acesso, em termos homólogos, nos primeiros seis meses de 2011 nasceram 330 bebés, mas no mesmo período de 2010 nasceram apenas 270. Outro dado comparativo interessante refere-se a junho, já que este ano nasceram só nesse mês 49 crianças, mais duas que no mês homólogo de 2011, quando nasceram 47 bebés. Tal como declarou a diretora do serviço de Obstetrícia, Cremilde Sousa, no início de 2012, o objetivo para este ano é chegar aos mil nascimentos e prosseguir a tendência de crescimento verificada em 2011, quando houve cerca de 700 nascimentos no Sousa Martins, «o que representou um aumento na ordem dos 10 por cento face ao ano anterior». Mas esta meta pode estar comprometida, pois, tal como a nível nacional, «também a Guarda foi afetada por uma quebra da taxa de natalidade», referiu a O INTERIOR fonte autorizada do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS).

«Estamos preocupados com os números do primeiro semestre, mas acreditamos que os nascimentos no segundo semestre possam compensar a diminuição verificada no primeiro», acrescentou a mesma fonte. Recorde-se que entre janeiro e junho deste ano nasceram em Portugal menos quatro mil bebés do que em igual período do ano passado – estes números têm por base o chamado “teste do pezinho”. Dados do Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães – divulgados em julho – mostram que se a tendência se mantiver haverá menos oito mil bebés no final do ano em relação a 2011, ou seja, os nascimentos devem ficar pelos 89 mil nascimentos. Para os especialistas, este decréscimo da natalidade pode ser explicado pela crise, mas também pela elevada taxa de emigração de casais jovens em condições de terem filhos.

O assunto continua na ordem do dia e está a dividir opiniões. A Carta Hospitalar, elaborada pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), defende a concentração na Covilhã dos três blocos de partos da Beira Interior, mas o presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente já veio defender a manutenção de maternidades no interior do país com menos de 1.500 partos por ano. Também o ministro da Saúde já veio tranquilizar as populações ao declarar que continuará a ser «uma regra» manter uma maternidade a uma hora de distância de qualquer localidade. «Há uma recomendação expressa na carta [Hospitalar Materna, da Criança e do Adolescente] de que não deixe de haver nenhuma maternidade a menos de uma hora de qualquer localidade. Isso será uma regra que nós manteremos», disse em junho passado.

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