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17,5 milhões de euros para reactivar termas do Cró

Obras deverão arrancar ainda este ano e incluem um parque termal, um hotel e um restaurante

A antiga Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC) apresentou em Julho de 2002 os estudos de desenvolvimento das potencialidades termais do Cró (Sabugal), Fonte Santa (Almeida) e Longroiva (Mêda), considerados a partir de então «projectos âncora» para o desenvolvimento destes três concelhos do distrito da Guarda e mais-valias turísticas para as Aldeias Históricas ali localizadas. Só nas termas do Cró o investimento previsto em cinco anos é da ordem dos 17,5 milhões de euros (mais de 3,5 milhões de contos), destinados ao aproveitamento do recurso hidro-mineral natural, construção de equipamentos termais, desportivos e de lazer, mas também de unidades de alojamento e restauração.

A Câmara do Sabugal assumiu de imediato um papel impulsionador do pólo termal do Cró, mostrando-se disposta a investir cerca de 4,5 milhões de euros na iniciativa e a procurar parceiros. Elemento determinante para o sucesso do projecto, como referiram então os responsáveis da Gest Well, empresa de consultadoria que elaborou o plano de desenvolvimento, que desaconselharam o investimento caso os promotores não conseguissem garantir à partida 5,5 milhões de euros de capitais próprios, mais 3,8 milhões através da banca e outros nove milhões do Programa Integrado de Turismo de Natureza (PITER). Contudo, Afonso Mira, da CCRC, deixou a garantia de uma comparticipação da Acção Integrada de Base Territorial do Vale do Côa de cerca de três milhões de euros, o que, juntamente com o investimento da autarquia, garantiam na altura parte do investimento necessário. O cronograma apresentado sugeria 2003 como a data ideal de arranque do empreendimento, devendo as primeiras construções ter início em 2004 para a totalidade do pólo termal estar concluído em 2006. Um calendário que está a ser cumprindo, esperando o município iniciar este ano as infraestruturas.

Entretanto, o estudo médico-hidrológico das vocações terapêuticas do Cró, da responsabilidade de Santos Silva, especialista de renome, está na recta final. Mas há testemunhos ao longo dos séculos dos efeitos favoráveis das águas sulfúreas, bicarbonatadas, sódicas e fluoretadas do Cró, características indicadas para doenças do foro músculo-esquelético, respiratório e dermatológico. Os técnicos adiantaram que o futuro pólo termal permitirá a hidropinia, balneoterapia, medicina física e de reabilitação. Neste cenário, o estudo da Gest Well previa perspectivas de frequência da ordem dos 4.800 utentes/ano, divididos entre termalismo clássico, manutenção e bem-estar, aos quais acrescenta os utentes decorrentes do turismo de Natureza, património, cultural excursionismo e cinegético. Para tal, o projecto engloba ainda a construção de um hotel com 120 quartos, uma albergaria regional (25/40 quartos) e um restaurante típico. A Câmara do Sabugal é a actual detentora do contrato de concessão – o primeiro data de 1912, mas a exploração foi interrompida em 1972, ano a partir do qual o núcleo termal foi votado ao abandono – para uma área de 51,8 hectares nos próximos 50 anos.

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