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1.062 incêndios «ainda é um número muito elevado»

Apresentado relatório do combate aos fogos florestais em 2005 no distrito de Castelo Branco

O relatório de intervenção de combate aos incêndios florestais em 2005 foi apresentado na última segunda-feira, no Governo Civil de Castelo Branco. Rui Esteves, coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), referiu-se aos resultados como «pouco animadores, mas os possíveis». Para os números elevados terão contribuído o facto deste anos ter sido «excepcionalmente seco e de temperaturas elevadas», para além da «acumulação excessiva» de vegetação arbustiva no interior e na orla dos povoamentos, a falta de caminhos e o mau ordenamento de muitas áreas florestais».

Aquele responsável mostrou-se preocupado com a falta de apuramento da causa dos fogos. «Só é conhecida a causa de um por cento dos incêndios», lamentou, recordando, por outro lado, que os seis maiores fogos registados vieram de distritos vizinhos. Em termos de danos materiais, os bombeiros perderam cinco viaturas, tendo outras ficado parcialmente danificadas. Os incêndios mais destrutivos ocorreram em Janeiro de Cima (Fundão) e Pedras Lavradas (Covilhã), mas as chamas consumiram no distrito 14.062 hectares, resultantes de 1.062 incêndios, «um número ainda muito elevado», considera Rui Esteves. Castelo Branco esteve dividido em duas zonas operacionais, com 12 corpos de bombeiros, 1.579 homens, 148 viaturas de combate e seis meios aéreos. «Nunca no passado foram utilizados tantos meios», garantiu o coordenador do CDOS. Pela primeira vez o distrito teve, em média, no combate a cada incêndio, três corporações, 21 bombeiros e seis viaturas, «o melhor rácio de sempre», disse.

Apesar de existirem na região 20 postos de vigia, o maior número de detecção de fogos (52 por cento) aconteceu através da população, contra 10 por cento por parte dos vigias. No que diz respeito aos problemas no combate aos incêndios, realce para a «falta de conhecimento de quem está no terreno sobre a localização de reservatórios de água» ou «a impossibilidade de saber em tempo real a situação do terreno». De resto, continua a fazer-se um «levantamento da área ardida sem precisão e rigor». Neste sentido, está a ser aperfeiçoado um sistema de posicionamento geográfico via satélite para que, mal termine o incêndio, possa ser definida a área ardida. Um sistema que, segundo Rui Esteves, poderá estar em funcionamento no próximo Verão. Vai ser assinado hoje um protocolo relativo a este projecto, entre o Governo Civil e o Instituto Politécnico de Castelo Branco.

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