O país tem estado em alerta devido a uma vaga de frio que se faz sentir há vários dias e nos concelhos do distrito da Guarda têm sido reportadas várias situações de rebentamento de contadores da água, de congelamento de condutas de abastecimento, o que fez com que várias habitações ficassem sem água durante alguns dias.
A autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo já teve de substituir 20 contadores e teve conhecimento de dez ruturas de água «em todo o concelho», adianta o presidente da Câmara a O INTERIOR. Paulo Langrouva considera que o facto destas situações estarem «a ser recorrentes possa deixar as pessoas descontentes», mas assegura que o serviço de águas do município normalmente consegue fazer a reparação em 24 ou 48 horas. «A autarquia envia o piquete para averiguar a situação» e tenta prestar uma solução o mais rápido possível. A rapidez com que normalmente é possível resolver o problema prende-se com a existência de «um stock muito grande de material para estas situações nos serviços de águas», acrescenta o edil figueirense.
O mesmo acontece no concelho do Sabugal. Este tipo de situações devido ao frio são «recorrentes» todos os anos. «Pagamos uma fatura muito grande anualmente», confirma António Robalo, o autarca raiano, que acredita que, «com o passar dos anos, as pessoas já se vão acautelando», o que se transmite na diminuição de situações mais alarmantes. Na freguesia de Aldeia Velha têm sido «recorrentemente» denunciadas situações de condutas de água congeladas, situação que deixa alguns dos seus moradores sem água durante algum tempo. «As casas mais afetadas e em que a situação se torna mais prolongada e preocupante são as habitações mais sombrias e que se encontram em ruas estreitas, onde o sol não chega e custa mais a derreter o gelo», esclarece o presidente da Junta, Paulo Ramos.
Apesar da água da rede pública ficar condicionada, «a maioria dos habitantes tens poços privados e por isso tentam desenrascar-se dessa maneira», acrescenta o autarca. O presidente da Junta garante que tem feito «os possíveis» para ajudar a população e que «nas instituições de cariz social o serviço está assegurado». Na Guarda, o presidente da Câmara Carlos Chaves Monteiro admite a O INTERIOR um aumento de situações que «causam constrangimentos no abastecimento de água e que exigem a intervenção do piquete municipal», mas diz não ter conhecimento de nenhuma situação «mais gravosa e que não fosse facilmente solucionada».
As autarquias de Pinhel e Celorico da Beira também confirmaram o aumento de denúncias de rebentamento dos contadores de água e congelamento das condutas, «mas nada de anormal», refere Rui Ventura, autarca pinhelense. Já Carlos Ascensão, edil de Celorico da Beira, adianta que o concelho «não registou situações muito danosas em comparação com anos em que não houve tanto frio». Almeida é o concelho que foge à regra. Segundo António Machado, este ano «não houve registos» dessas situações. «São casos muito pontuais. O último rebentamento foi registado ainda antes do período crítico de frio», declara o autarca almeidense. Apesar de serem situações que aumentaram nos últimos dias, devido às baixas temperaturas, os autarcas acreditam que as pessoas já começam a tomar as devidas cautelas. «A experiência de anos anteriores e o anúncio da vaga de frio fez que as pessoas tomassem as suas precauções», acredita Carlos Ascensão.