A Aldeia Histórica de Castelo Novo foi classificada como Conjunto de Interesse Público (CIP) por estar «ainda relativamente bem preservada e salvaguardada de elementos dissonantes», características que importa proteger com este estatuto. É a segunda Aldeia Histórica com esta classificação, depois de Linhares da Beira (Celorico da Beira).
Publicada recentemente no “Diário da República”, a portaria do gabinete da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural assinala que Castelo Novo conserva ainda «uma importante relação com a paisagem envolvente» e constitui um conjunto de «evidente valor patrimonial». A classificação tem em conta o «caráter matricial» da aldeia, o seu interesse como «testemunho notável de vivências e factos históricos», o seu valor «estético, técnico e material intrínseco», bem como a sua «conceção arquitetónica, urbanística e paisagística», a sua extensão e o que nela «se reflete do ponto de vista da memória coletiva», justifica a tutela. Características cuja preservação está agora sob a alçada de uma Zona Especial de Proteção (ZEP), que abrange o núcleo mais antigo e impõe restrições às novas construções e a obrigatoriedade de estudos arqueológicos em futuras intervenções.
Para o autarca do Fundão, este estatuto CIP deixa a aldeia «bastante mais protegida» e pode ser também «muito relevante» no recurso a fundos comunitários para a valorização do património de Castelo Novo. «Esta classificação é importante de forma a podermos continuar a ter recursos que continuem a puxar, a valorizar, a manter, uma das joias da região e do país que é Castelo Novo», disse Paulo Fernandes, em declarações à Rádio Cova da Beira. De acordo com a portaria nº 606/2020, a aldeia situada na encosta da Serra da Gardunha desenvolveu-se “à sombra” do castelo desde o período do Neocalcolítico, «sendo referenciada com a sua designação atual em documentação de inícios do século XIII, quando terá passado a integrar os domínios da ordem templária».
Do aglomerado urbano sobressaem o castelo e diversos imóveis de «grande interesse histórico e patrimonial», incluindo estruturas da época manuelina e barroca, com destaque para a Casa da Câmara, a Cadeia e o Pelourinho, os chafarizes de D. João V e da Bica, e a Igreja de Nossa Senhora da Graça. Já as casas de São Mateus, entre outras, da família Falcão ou dos Gamboas, são apontadas como «excelentes exemplares» de arquitetura residencial.