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Quase 128 anos a dar música

Associação Recreativa Filarmónica Popular Manteiguense foi fundada a 7 de Agosto de 1877 e continua em permanente actividade

Prestes a completar 128 anos de existência a 7 de Agosto, a Associação Recreativa Filarmónica Popular Manteiguense, também conhecida como “Música Nova”, continua em permanente actividade, levando a sua música aos quatro cantos de Portugal e até fora do país. A provar a forte dinâmica da instituição centenária está o facto de, para além da banda ser constituída na sua grande maioria por jovens, ainda integrar uma Escola de Música e uma Orquestra de Sopros.

Contra-baixo, trompete, trombone, trompa, tuba, clarinete e saxofone são apenas alguns dos instrumentos que se ouvem quando a banda passa. Rui Craveiro, presidente da direcção da colectividade que tem a sua sede na freguesia de S. Pedro, em Manteigas, regozija-se pelo facto da associação continuar «a levar o nome de Manteigas um pouco por todo o país e até além fronteiras», relembrando as passagens pela televisão e as actuações em Espanha e França. «Embora a nossa actuação se concentre mais nesta zona do interior e distrito da Guarda», reconhece, destacando os intercâmbios musicais e culturais que têm mantido com bandas do distrito de Lisboa e fora do país. Neste âmbito, Manteigas vai acolher de 5 a 8 de Maio a banda francesa “La Batterie – Fanfarre L’Indépendence”, retribuindo assim a visita feita no ano transacto. Actualmente, a Filarmónica Popular Manteiguense conta com 64 elementos, cerca de 80 por cento dos quais são jovens «entre os 10 e os 30 anos», realça Rui Craveiro. Para o dirigente, tão elevada participação está relacionada com a «vivência social e cultural» de Manteigas e também com a «continuidade de gerações dentro da banda, de pais para filhos e mesmo de avós para netos».

Neste cenário, considera que o futuro não estará ameaçado«a curto/médio prazo». Menos certezas já tem para o longo prazo: «Estamos no interior, a sofrer as consequências da interioridade que nos faz ter algumas limitações», alerta. Aliás, a criação de uma Escola de Música, «pioneira» há 25 anos atrás devido ao empenho do maestro José Pereira Dias, em muito tem contribuído para um tão grande número de jovens na banda. «Tem sido um viveiro, já que os alunos que saem da escola passam depois para a banda», adianta Rui Craveiro. O Maestro José Pereira Dias continua a comandar a banda, enquanto a Escola de Música está a cargo de um seu antigo aluno, Luís Carlos Serra. De resto, a demonstrar que a “Música Nova” está sempre a crescer, está agora a nascer dentro da Escola de Música uma Orquestra de Sopros, um novo projecto que envolve 30 músicos e vai estrear no próximo dia 7 de Maio. Uma banda filarmónica compõe-se da «harmonização das melodias de muitos instrumentos», capazes de produzir um tipo de música «bastante abrangente e diversificada» que são uma “imagem de marca” da colectividade centenária, indica o seu presidente. Desde 30 de Junho de 2002 que os elementos da Filarmónica Popular Manteiguense “habitam” a sua nova sede, um projecto «arrojado» que custou cerca de 500 mil euros. Para a dinâmica da colectividade continuar bem viva, Rui Craveiro não deixa de salientar a importância dos apoios financeiro concedidos por diversas entidades como a autarquia, as Juntas de Freguesia de S. Pedro e de Santa Maria, Inatel, Governo Civil e Direcção Regional da Cultura do Centro.

Ricardo Cordeiro

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