Sociedade

Ampliação da PLIE a concurso

Escrito por Sofia Craveiro

Câmara da Guarda vai investir cerca de 1,3 milhões de euros na criação de mais 41 lotes de terreno numa zona industrial praticamente ocupada

A Câmara da Guarda tem até dia 30 para candidatar a fundos comunitários a ampliação da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE), cujo projeto da terceira fase implica um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros, mais IVA. O executivo aprovou na segunda-feira a abertura do respetivo concurso público para a infraestruturação da área.

Este alargamento vai permitir criar mais 41 lotes de terreno numa zona industrial que está praticamente ocupada. «Dos últimos sete espaços que disponibilizámos, três investidores tiveram de parar os projetos em curso por causa da pandemia, que serão retomados após avaliação. Já a Chronodefine, de produção de pellets, está em construção e a HEN, de fabrico de luminárias LED, vai arrancar com o seu pavilhão num investimento superior a 1 milhão de euros e a criação numa fase inicial de 20 postos de trabalho», sintetizou o presidente do município aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo. Segundo Carlos Chaves Monteiro, «há interessados» para a zona de expansão da PLIE, mas os investimentos estão dependentes do evoluir da situação pandémica e do andamento dos trabalhos de infraestruturação dos novos 41 lotes.

O autarca confirmou também que o município está a elaborar uma Estratégia Local de Habitação, um documento de planeamento que se destina a qualificar o tecido urbano e rural e priorizar as soluções habitacionais dignas para pessoas carenciadas ao abrigo do programa “1º Direito, Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”. O objetivo é reabilitar edifícios e construir novos com vista ao seu arrendamento social. No caso da Guarda, a prioridade é a reabilitação do Bairro da Fraternidade, que será candidatada a financiamento estatal após a aprovação da referida Estratégia Local. «Iremos propor a construção de fogos para acolher as cerca de 70 famílias referenciadas nos serviços da autarquia e assim resolver as nossas carências em termos de habitação social», disse Carlos Chaves Monteiro.

Reabilitar Bairro da Fraternidade continua a ser prioridade

Nesse sentido, está previsto um investimento de um milhão de euros para a construção de três blocos de habitação de qualidade média, sendo que o IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana) também terá que assumir parte dos encargos com esta intervenção uma vez que é proprietário das casas do Bairro da Fraternidade, bem como do Bairro da Caixa, que «também poderá ser alvo de reabilitação, sobretudo para garantir conforto térmico», acrescentou o presidente da Câmara. Nesta sessão, os vereadores do PS votaram favoravelmente todos os pontos da ordem de trabalhos e questionaram a Câmara sobre a falta de atualização do plano municipal contra incêndios. Na resposta, o edil recordou que o documento foi aprovado em 2014, tendo sido prorrogada a sua aplicabilidade até que a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela reveja todos os planos municipais da sua área de abrangência. «Não houve mudanças técnicas ou científicas que ponham em causa o nosso plano, que está em vigor. Mas, se for o caso, alteraremos o que for preciso».

O assunto foi também abordado por Sérgio Costa, atual vereador sem pelouros, mas que em 2014 era responsável pela pasta da Proteção Civil: «O plano da Câmara da Guarda é bom, foi dos melhores da região Centro e funcionou», afirmou o eleito social-democrata. Atualmente, apenas os planos de Manteigas e Mêda estão validados pelo ICNF. Já a socialista Cristina Correia sugeriu a criação, nos meses de Verão, de uma biblioteca infantil no quiosque existente na Avenida de São Miguel, caso a hasta pública para a sua exploração volte a ficar deserta. No período de antes da ordem do dia, os dois vereadores do PS congratularam-se com a confirmação da classificação do Geopark Estrela pela UNESCO. «É um marco histórico para o território e o reconhecimento que a serra tanto merecia. Mas só dizer que somos Geopark não chega. O trabalho tem de se manter e deve ser cada vez mais aprofundado para dar resultados», afirmou Cristina Correia.

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Sofia Craveiro

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