A atual pandemia, segundo alguns espertos que se dedicam ao estudo destas coisas do mundo digital, terá acelerado em dez anos a utilização da Internet. O ensino à distância, a que já se recorria para instruir e educar muito antes da massificação da Internet, é um bom exemplo de como, através da rede, se vão conseguindo mitigar as dificuldades educativas decorrentes do encerramento das escolas e das restrições no convívio físico entre estudantes, alunos, crianças, professores e educadores. Nunca, como agora, o recurso aos MOOC, (Massive Open Online Course), webinar (web-based seminar) e outros que tais foi tão popular, levando a crer que até têm maiores probabilidades de eficácia educativa e formativa do que outros recursos, com o mesmo fim, disponíveis em diferentes formatos e suportes.
Os ciosos do diploma e da doutorice restrita que me desculpem, mas tanta facilidade de acesso e divulgação do saber e conhecimento já justificavam alargar a educação obrigatória até ao fim da vida. Gente com esclarecimentos menos enviesados, que os obtidos nas redes sociais, maioritariamente frequentadas por pessoas ainda mais enviesadas, talvez fosse um bocadinho mais exigente quanto às respostas para perguntas como: mas que raio de negócio é isto das PPP’s, dos contratos por ajuste direto, conexos e relacionados?
Da sabedoria dos ditados populares a do “a ocasião faz o ladrão” será a que mais se nos assoma de cada vez que um ministro, secretário de Estado, autarca ou qualquer governante da coisa pública é condenado por se ter servido do cargo para enriquecimento, ilícito, dele próprio e de quem lhe seja próximo. Não é? No entanto, raramente nos ocorre obstar à tal ocasião muito propícia ao ladrão. Ver, ouvir e ler as propostas eleitorais ou é exercício desconhecido da maioria dos votantes, ou é, oportunisticamente, exercitado tornando-os, consoante o caso, tolos e tão ou mais fajardos que os que ajudam a eleger. Mesmo sem qualquer resposta ou sem perceber muito bem as que só parecem querer esvair as perguntas, os tolos continuarão a replicar, até à náusea, o refrão propagandístico. Por sua vez, os cúmplices apontarão os defeitos dos quinquagésimos antecessores sem cuidar de saber qual a estirpe a que pertencem (o que até faz desconfiar de pertencerem a um qualquer sindicato comum) só para desviar atenções. Como, querendo, até somos de acreditar na bondade das pessoas e instituições, sempre poderíamos escolher autoconvencer-nos de que tantos candidatos e eleitos, de índole tão duvidosa como os milagres do Lugar-de-Baixo, serão mais consequência da pouca formação, educação e reflexão dos eleitores do que da sua tolice e malandrice. Nesta possibilidade, MOOC’s e webinars sempre nos resolveriam o problema, ou grande parte dele, mais celeremente do que os tribunais e, sem dúvida, que com mais senso e eficácia do que as caixas de comentários, que substituíram mesas de café e cadeiras de barbeiro, principalmente, nestes tempos pandémicos sem data nem hora, nas páginas digitais dos media.