Habitantes e autarcas do Sabugal decidiram enviar uma exposição ao próximo Governo a pedir a «regulação independente» de transvases de água para o Regadio da Cova da Beira e a «redefinição de níveis mínimos» na albufeira da barragem local.
O documento, remetido aos futuros ministros da Agricultura e do Ambiente, foi aprovado numa reunião que juntou cerca de uma centena de pessoas na passada quarta-feira, na Junta de Freguesia do Sabugal.
Esta “audição pública” foi realizada por iniciativa da Associação Malcata com Futuro (AMCF), da União de Freguesias de Sabugal e Aldeia de Santo António e das Juntas de Freguesia de Malcata, Quadrazais, Foios e Vale de Espinho. No documento, a que O INTERIOR teve acesso, os subscritores defendem que as freguesias «mais diretamente afetadas pela sangria do rio Côa têm toda a legitimidade para exigir» a «regulação independente sobre transvases e sobre a utilização da água» no regadio da Cova da Beira, que é assegurado pela barragem inaugurada no ano 2000. É também exigida a «redefinição de níveis mínimos» que garantam a concretização do Plano de Ordenamento da Albufeira e a elaboração de um Plano de Recuperação, de Valorização e de Gestão Otimizada dos Recursos Hídricos.
Na exposição reclama-se ainda que seja efetuado um Estudo de Impacto Ambiental «que esteja disponível antes da emergência de outros projetos de irrigação na Cova da Beira e na Gardunha». Outras das reivindicações a apresentar ao próximo Governo são a construção de açudes, a limpeza de linhas de água e a recuperação de represas. «Basta de sangria e de utilização ineficiente de recursos escassos na origem. Justifica-se o reenquadramento da albufeira do Sabugal no Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira», reclamam populares e autarcas do município raiano. Entretanto, os promotores desta reunião vão recolher assinaturas em vários locais do concelho até que seja conhecido o novo Governo.
Recorde-se que a Associação Malcata com Futuro denunciou, em setembro, que a falta de água na barragem do Sabugal advém da realização de «transvases errados e iníquos» para o regadio da Cova da Beira. Segundo esta associação sem fins lucrativos, a situação revelada «conjuga perigo, falta de água de abastecimento público, biodiversidade em perda» e «desolação». Estes transvases entre as albufeiras do Sabugal e da Meimoa são geridos pela Associação de Beneficiários do Regadio da Cova da Beira, que é acusada de decidir «unilateralmente, sem estar submetida a qualquer regulação».
Sabugal quer regulação independente de transvases para regadio da Cova da Beira
“Audição pública” juntou na semana passada cerca de uma centena de habitantes e autarcas do concelho raiano que decidiram exigir ao futuro Governo «o reenquadramento» da albufeira do Sabugal no Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira