O Cinema e a Fotografia vão estar em destaque na nossa região, nos próximos meses, denotando um interesse crescente e uma nova atitude em relação ao papel da imagem.
A consolidação de projetos nesta área, a sua continuidade e enriquecimento programático, a adesão de novos públicos, o empenho de pessoas e instituições contribuem, inquestionavelmente, para uma ativa vivência cultural com a consequente projeção dentro e fora das fronteiras nacionais.
Em Seia decorrerá de 12 a 19 de outubro mais uma edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela. Recordamos que se trata do único festival de cinema, em Portugal, dedicado à temática ambiental, “no seu sentido mais abrangente”; um festival, solidamente afirmado e consagrado, que desde 1995, e sem hiatos temporais, se realiza anualmente naquela cidade, organizado pelo município local.
Este certame, que decorrerá na Casa Municipal da Cultura de Seia e no Centro de Interpretação da Serra da Estrela, há muito conquistou um merecido prestígio internacional, recebendo, nas suas edições, centenas de obras a concurso, provenientes de diversos países.
Por outro lado, em Manteigas terá lugar, de 22 a 24 de novembro, o VIº Festival de Fotografia de Paisagem. Uma aposta da Câmara Municipal na promoção e valorização do património paisagístico, que ganha agora maior significado com a aprovação da candidatura da região da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO; um processo que aguarda apenas o parecer do Conselho Executivo da agência das Nações Unidas.
Na Guarda, e como é do domínio público, o Centro de Estudos Ibéricos (CEI) promove desde 2011 o projeto “Transversalidades – Fotografias sem fronteiras”. Tendo como objetivo promover, através da imagem, a cooperação entre pessoas e instituições, bem como a inclusão de territórios, sobretudo os mais votados «a processos de exclusão ou esquecidos pelos media que deixam em branco vastas áreas do planeta», o Transversalidades suscitou uma vez mais o interesse de fotógrafos de todo o mundo.
Recentemente foram divulgados os premiados nas categorias a concurso, distribuídas por: património natural, paisagens e biodiversidade; espaços rurais, agricultura e povoamento; cidade e processos de urbanização; cultura e sociedade: diversidade cultural e inclusão social. Como acontece habitualmente, o início do mês de dezembro está no calendário e agenda da exposição do trabalhos premiados e consequente distinção dos autores das fotografias.
Em agenda estão também as III Jornadas de Fotografia da Guarda – uma organização do Instituto Politécnico da Guarda e do Fotoclube da Guarda – marcadas para o próximo dia 12 de outubro nesta cidade. Com um programa tematicamente diversificado, no campo da fotografia estas jornadas vão ter como intervenientes, entre outros, Alfredo Cunha, Luís Quinta e Leonel de Castro.
Alfredo Cunha (natural de Celorico da Beira) iniciou a sua atividade de fotojornalista em 1971, tendo colaborado com o jornal “O Século” e “O Século Ilustrado”, a Agência de Notícias Portuguesa – ANOP e as agências Notícias de Portugal e Lusa Foi fotógrafo oficial dos Presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Sores. Trabalhou no jornal “Público” como fotógrafo e editor-chefe e foi fotógrafo e editor-chefe do “Jornal de Notícias”, tendo sido também diretor fotográfico da “Global Imagens”. Atualmente trabalha como “freelancer” desenvolvendo projetos editoriais. Do seu percurso destacam-se as emblemáticas séries de fotografias dedicadas ao 25 de Abril de 1974 e à descolonização portuguesa em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé, Timor-Leste e Cabo Verde. Tem publicados diversos livros de fotografia.
Luís Quinta, multipremiado fotógrafo, é colaborador regular da “National Geographic Magazine” e da revista “Visão”. Publicou mais de um milhar de artigos e reportagens na imprensa nacional. Formador na área da fotografia, integrou o “dream team” do maior projeto fotográfico sobre natureza na Europa – “Wild Wonders of Europe” financiado pela “National Geographic”.
Muitas das imagens de Luís Quinta têm sido usadas por universidades e museus para várias publicações científicas e suporte pedagógico.
Leonel de Castro, desde sempre ligado ao fotojornalismo no “Jornal de Notícias” e no grupo onde se insere (“Notícias Magazine”, “Volta ao Mundo”, “Evasões”, “Diário de Notícias” e “O Jogo”), tem conquistado diversos prémios e distinções ao longo da carreira profissional.
Os seus trabalhos têm também dado corpo a várias exposições, quer individuais quer coletivas. A par do fotojornalismo, tem-se dedicado também à docência no Instituto Português de Fotografia, na Escola Superior Artística do Porto e no Mestrado de Comunicação da Universidade do Minho.
Estes três nomes são, por si, um excelente cartaz destas III Jornadas de Fotografia que, à semelhança das iniciativas atrás mencionadas, podem desenhar uma nova dinâmica, não só no plano formativo, mas também ao nível da atratividade de participantes da região e de outros pontos do país.
A continuidade desta rede de eventos é extremamente importante e deve merecer a devida atenção e apoio por parte das comunidades locais e outrossim das entidades/ organismos com responsabilidade na área cultural e social.