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O Governo Wonderbra…

«… o governante é sempre um Tocador de Flauta. Quando tapa um buraco, destapa outro. A oposição política neste país sonha com um governo Wonderbra. Um governo que levante os pequenos e oprima os grandes. Julga que com isso tudo se resolve. Mas nas democracias liberais impõe-se o top less. Ou seja, todos em liberdade e a fazer pela vida…».

É bom ser da oposição. Antes de mais porque se fica inteligente. Os mesmos que no governo se mostraram uma nulidade, passados uns meses – na oposição – já sabem como se resolvem todos os males do país. O que é uma coisa fantástica. A bancada da oposição tem sempre um QI elevado em comparação com os governantes que, embrutecem logo na tomada de posse.

É bom ser da oposição. É mais saudável. Não se vai para o hospital com hipertensão nem se têm esgotamentos. Basta esperar que o governo se mexa, nem que seja só um bocadinho…e pronto, estamos contra. O Governo tem cão? Estamos contra. O quê? O Governo não tem cão? Parece impossível. Estamos contra! E temos sempre um microfone por perto onde podemos desabafar as nossas mágoas, carpir as nossas tristezas por esta governação.

É bom ser da oposição. Desde já, porque o orçamento da oposição não tem limites. Assim sendo, podemos aumentar as verbas para a saúde, reforçar o orçamento na educação, lançar planos de apoio aos idosos, construir estradas, ou melhor…auto-estradas, sem portagem, claro! Podemos aumentar o ordenado mínimo, baixar o IRS e o IRC, dar benefícios fiscais… ! E quando as coisas estiverem apertadas, não há problema, ainda temos o orçamento da União Europeia para gastar.

É bom ser da oposição. Porque é o Governo que tem de encontrar as soluções, fazer as contas, assumir os compromissos.

… e o tocador de flauta!

As grandes ideologias discutem quase sempre como distribuir a riqueza. Mas o maior desafio que se coloca a um Governo nos dias de hoje, é como criar essa mesma riqueza. É impossível distribuir com justiça o que não se tem. As necessidades são ilimitadas e os recursos serão sempre escassos. E por isso, o governante é sempre um Tocador de Flauta. Quando tapa um buraco, destapa outro. A oposição política neste país sonha com um governo Wonderbra. Um governo que levante os pequenos e oprima os grandes. Julga que com isso tudo se resolve. Mas nas democracias liberais impõe-se o top less. Ou seja, todos em liberdade e a fazer pela vida.

Mais que nunca importa apoiar os que ainda criam empresas, os que ainda criam postos de trabalho, os que ainda arriscam investimentos, os que ainda acreditam no país. O governo não pode ser o único motor económico de Portugal. O país precisa de condições para comprar a cana e poder pescar por si só. Até porque os fundos europeus começam a escassear. Quando olharmos para o novo orçamento, é preciso ver menos as “verbas a distribuir” e olhar para as medidas que permitem “criar mais verbas”!

O subsídio mínimo garantido resolve um problema social temporariamente, mas só uma sociedade produtiva cria emprego e estabilidade permanente.

Portugal tem de atingir a maioridade. Deixar de viver das mesadas do Governo e começar a ganhar a vida… o orçamento de Estado só poderá ser justo, quando a sociedade tiver condições para resolver por si só, muitas das suas necessidades.

Por: João Morgado

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