«Não gosto de homenagens. Para mim isto é uma reunião de amigos», disse Manuel Cargaleiro no tributo à sua vida e obra realizado no sábado, no concelho da Covilhã.
Organizada pela autarquia e pela Casa da Cultura José Marmelo e Silva (CCJMS), no Paul, a homenagem contou com a presença da vereadora da Cultura da autarquia, Regina Gouveia, e incluiu intervenções dos jornalistas António Valdemar e António Melo, que afirmou que «nem todos conseguem compreender a profundidade da obra» de mestre Cargaleiro. A sessão decorreu na CCJMS, cujo curador Nelson Marmelo e Silva sublinhou que o ceramista «inventou motivos inéditos», sendo um «criador que tem a capacidade de nos fazer sonhar». Sempre sorridente, Manuel Cargaleiro agradeceu a homenagem afirmando que «não vou fazer nenhum discurso, nem quero falar da minha vida, apenas quero agradecer toda a amizade que aqui me foi demonstrada».
O evento prosseguiu nos Paços do Concelho da Covilhã, onde interveio Fernando Paulouro Neves, curador da exposição de obras de Cargaleiro “A Essência Da Cor”, patente na Tinturaria, que também foi visitada pela comitiva. Manuel Cargaleiro possui uma vasta obra nas áreas de cerâmica, desenho e pintura. Já recebeu vários prémios e homenagens. Foi condecorado pelos Presidentes da República Ramalho Eanes em 1983, Mário Soares em 1989 e Marcelo Rebelo de Sousa em 2017. Foi ainda distinguido pelo Governo francês com o grau de Oficial das Artes e Letras em 1984.
Vida e obra de Cargaleiro revisitadas numa «reunião de amigos»
