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O regresso da família Simão a Bouça Cova

Uma das maiores famílias da Beira Interior e do país reuniu-se na aldeia do concelho de Pinhel no último sábado

Meio século depois, a família Simão, uma das maiores da Beira Interior e mesmo do país, voltou a reunir-se na aldeia de Bouça Cova (Pinhel). Apesar de não estarem presentes os cerca de mil descendentes dos “Simão”, foram perto de 250 os membros que responderam à “convocatória” da segunda Reunião Geral da Família Simão que decorreu no último sábado na localidade onde “tudo” começou.

A Família Simão foi constituída em meados do século XIX, fruto do casamento de José Simão Fonseca Leal com D. Maria Jacinta dos Santos. O nome Simão tem perdurado ao longo de inúmeras gerações, transmitido de pais para filhos, tendo um dos seus membros, antigo Senador da República e amigo e colaborador do ex-Presidente da República Afonso Costa, mais tarde Desembargador da Relação de Lisboa, decidido passar a chamar-se apenas Simão José. Este magistrado, que ficou célebre por ter presidido ao julgamento do caso “Angola e Metrópole”, deu origem ao nome pelo qual a família é actualmente designada. A Família Simão terá actualmente cerca de um milhar de membros, atravessando transversalmente a sociedade portuguesa, estando representada, embora com maior predominância na área jurídica, em muitas profissões, desde advogados a empresários, passando por professores, políticos, gestores e comerciantes. Maria Alice Saraiva da Silva, actual presidente da Junta de Freguesia de Bouça Cova, é a única descendente da família Simão que ainda reside na aldeia e foi com «grande alegria» que reviu e viu pela primeira vez muitos familiares, apesar de nem todos estarem presentes, uma vez que «foi uma dificuldade muito grande reunir esta gente toda», diz.

Curiosamente, esta “jovem” de 81 anos não possui o apelido Simão no seu nome, algo que explica com os muitos ramos que existem, sendo Saraiva um deles. Maria Alice Saraiva da Silva, que já conheceu «sete gerações» adianta que os fundadores da família tiveram 12 filhos, tendo cada um deles dado origem a um ramo diferente e assim sucessivamente: «Foi desses filhos todos que começaram a nascer mais e mais», refere, recordando que o seu avô – um «grande agricultor» – «tratou sempre de fazer os filhos estudar, tanto que tive diversos tios-avós na alta sociedade, desde juizes-conselheiros a advogados, políticos e até um cónego», recorda. Depois da concentração em Bouça Cova, seguiu-se uma romagem ao cemitério da aldeia e uma missa evocativa dos membros já falecidos. Depois, já na Guarda, os cerca de 250 familiares puderam então continuar a confraternizar e conhecerem os mais novos num almoço. Emilio Simão Ricon Peres, advogado em Lisboa, um dos responsáveis pela organização deste segundo encontro, garante haver actualmente cerca de mil membros da família vivos, descendentes directos, espalhados um pouco por todo o país.

Ricardo Cordeiro

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