Livros de Mário Soares doados à biblioteca de Belmonte

A biblioteca municipal de Belmonte foi uma das instituições escolhidas pelos filhos de Mário Soares para receber vários livros do histórico Presidente da República. João e Isabel Soares oficializaram a doação no sábado numa cerimónia realizada nos Paços do Concelho.
São biografias, romances, obras sobre história e política, bem como livros que o fundador do PS escreveu, nomeadamente uma edição portuguesa de “Portugal Amordaçado”, publicada no regresso do exílio e com uma dedicatória a um leitor. «São livros dele e sobre ele, que são apenas um aperitivo, pois outros mais virão se agradarem à diretora da biblioteca. Trouxe também alguns livros sobre a minha mãe, que é sempre esquecida», declarou João Soares. O antigo ministro da Cultura justificou a escolha de Belmonte para esta «oferta muito modesta» como reconhecimento pela atribuição do nome do pai a uma rua da vila. «Foi uma decisão que nos tocou muito, mas além disso sou um fã de Belmonte porque, com a sua comunidade judaica, foi sempre um lugar de tolerância e liberdade. E atualmente tem sabido valorizar muito bem esse papel que teve muitíssimo importante na História de Portugal», afirmou.
João Soares esclareceu que não são obras da biblioteca pessoal da família, que se vai manter «intocável, una e indivisível», para ser disponibilizada ao público. «É uma biblioteca muito importante pelo conjunto de obras que tem porque o meu pai foi um bibliógrafo compulsivo», declarou o antigo presidente da Câmara de Lisboa, que ofereceu uma edição de “Os Lusíadas” adquirida na Livraria Lello ao prefeito de Colatina na condição deste ficar a saber alguns cantos. Para o presidente da Câmara de Belmonte, esta doação tem «um grande significado», pois foram escolhidas bibliotecas dos municípios de que Mário Soares «gostava e onde tinha sido bem tratado». António Dias Rocha mostrou-se ainda entusiasmado por poder ler livros que Mário Soares «folheou, leu e anotou».
Na mesma sessão foi assinado o protocolo de intenções com vista à geminação entre Belmonte e o município brasileiro de Colatina, do Estado de Espírito Santo, que esteve representado pelo seu prefeito, Sérgio Meneguelli. Será a oitava geminação da vila, que já é “irmã” de três localidades brasileiras, uma francesa, uma portuguesa, uma espanhola e outra israelita.