O Centro de Meios Aéreos da Guarda, junto à Unidade Local de Saúde (ULS), pode ser “transferido” para a Quinta da Maúnça. A intenção da autarquia foi revelada ao secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que visitou a unidade na sexta-feira.
Até dezembro de 2019 a autarquia da Guarda pretende deslocalizar o Centro de Meios Aéreos da Guarda para a Quinta da Maúnça, um espaço municipal agora abandonado e que em tempos era dedicado à educação ambiental. O presidente da Câmara confirmou que será preciso «fazer umas pequenas obras» para o estacionamento do helicóptero.
«Acho que é uma boa solução e também retira o barulho do levanta e aterra aqui junto ao hospital», afirmou Álvaro Amaro, segundo o qual esta possibilidade «também agrada bastante» aos GIPS (Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro) da GNR. «Temos de cuidar destas melhores soluções porque queremos uma boa proteção civil e queremos estar seguros de que, se algum problema acontecer, temos homens e mulheres bem preparados», acrescentou o edil. A proposta foi recebida com “surpresa” pelo secretário de Estado da Proteção Civil, que a ouviu pela primeira vez mas prometeu «analisá-la em conjunto» com a autarquia. Depois da visita, aos jornalistas, José Artur Neves garantiu que este ano o país possui a «maior cobertura de sempre» em termos de meios aéreos para combate aos incêndios: «É qualquer coisa como 55 meios aéreos no continente, mais um na Madeira, a funcionar com uma lógica muito direcionada para o primeiro ataque», adiantou o governante.
Segundo o secretário de Estado da Proteção Civil, «temos 40 helicópteros, entre médios e ligeiros, com brigadas helitransportadoras» do GIPS da GNR, estando um deles instalado na Guarda. «Foram todos muito preparados durante este período defeso para as brigadas estarem presentes em todos os helicópteros», lembrando que antes guarneciam 22 aeronaves e agora estão nas 40. A extensão desta força especial da GNR aos 18 distritos deveu-se ao facto de, além de ser «uma estrutura muito bem preparada» para eliminar o incêndio na fase inicial, é uma força policial de investigação e o facto de cobrir o território permite-lhe vigiar «simultaneamente e prender os incendiários». «Isso já aconteceu no terreno, e nós queremos potenciar essa vigilância simultânea e ataque imediato», justificou José Artur Neves, adiantando que desde o início do ano houve mais de 5.800 ignições.
E estará a Serra da Estrela protegida, com meios aéreos presentes na Guarda e em Seia? «Temos uma estrutura, um mapeamento de recursos de primeira intervenção que, de algum modo, nos dá tranquilidade», respondeu o governante, que acredita que «estão criadas condições para evitar problemas».
Mais elementos para combater incêndios no distrito da Guarda
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) no distrito da Guarda inclui este ano mais elementos graças a mais nove Equipas de Intervenção Permanente (EIP).
Segundo o comandante operacional distrital (CODIS), António Fonseca, em 2017 existiam oito EIP no distrito e este ano passou a haver 17. Há ainda um adicional nos meios disponíveis, já que os três helicópteros sediados em Seia, Mêda e Guarda são guarnecidos com elementos do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR. «Estes meios adicionam-se pelo facto de continuarmos com o mesmo efetivo da Força Especial de Bombeiros, que atuava nos helicópteros. Essa força vai agora constituir um grupo de ataque ampliado que vai ficar estacionado no distrito», explicou. Segundo o CODIS, o dispositivo deste ano no distrito da Guarda conta com 598 homens, dos quais 322 bombeiros, e 140 veículos operacionais. Verifica-se um aumento de mais 61 elementos do GIPS, de mais 45 bombeiros (devido à criação de nove EIP) e de mais cinco sapadores florestais (com a criação de mais uma equipa). Ao nível dos meios aéreos disponíveis, o distrito conta com três helicópteros e dois aviões Canadair sediados em Seia.
Sara Guterres