“A Guarda e a Capitalidade Europeia: Desafios e oportunidades” foi o tema da conversa aberta que decorreu segunda-feira, nos claustros do Paço da Cultura, no âmbito da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura 2027.
Na sessão, que marcou também o encerramento do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC), estiveram presentes as atrizes Cucha Carvalheiro e Fernanda Lapa, o realizador Joaquim Sapinho e o músico Gabriel Calvo. Quatro vozes, as três primeiras com origens na Beira, e que se juntaram ao desafio de tornar a cidade mais alta na Capital Europeia da Cultura em 2027.
«Um povo sem património cultural é um povo doente», afirmou Fernanda Lapa durante a sessão, uma ideia também partilhada por Cucha Carvalheiro, que recordou que «fala-se muito da criação de emprego e de empresas, mas não se fala da criação de cultura». A atriz interrogou mesmo «qual é o jovem que fica num local onde não há oferta cultural?». Quanto a possíveis formas de potenciar a Guarda através do mundo da representação, a atriz apontou a realização de filmes ou séries televisivas como uma possibilidade.
A Guarda é hoje uma cidade «mais evoluída» do que aquela que Joaquim Sapinho conheceu em criança, mas o realizador de cinema considerou que é importante «preservar» as características da sua identidade, algo com que Gabriel Calvo também concorda, justificando que é necessário «entender a cultura de uma perspectiva social». Mas tornar a Guarda nunca Capital Europeia da Cultura implica também envolver a população e «consciencializar a cidade do que o projeto pode ser», afirmou o músico espanhol. Por sua vez, José Amaral Lopes, coordenador da comissão de candidatura da Guarda, lembrou que «nesta candidatura não vale a pena auto-elogios, mas valorizar aquilo que é único e que é nosso». Segundo o antigo secretário de Estado da Cultura, para que este projeto vingue é necessário que seja algo «desejado por toda a gente».