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Figueira de Castelo Rodrigo volta a ser rainha da amendoeira em flor

As amendoeiras em flor voltam a ser o pretexto para quatro fins-de-semana de animação em Figueira de Castelo Rodrigo. Para assinalar esta força viva da natureza, a autarquia preparou um vasto cartaz onde a cultura, o desporto, a gastronomia e a música são ingredientes indispensáveis.

E foi ao som do violino e com a pintura, por dois jovens da Cooperativa Artística da Raia Beirã, que a edição de 2018 do certame foi inaugurado na passada sexta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. Desde barraquinhas com doces tradicionais a outras com produtos endógenos, como o azeite, o mel ou as compotas, são 40 os expositores que estarão no Largo Serpa Pinto para dar a conhecer o que de melhor se faz no concelho. «É uma aposta ganha. Estamos empenhadíssimos em fazer com que os produtores tenham retorno efetivo e que haja criação de riqueza», garantiu Paulo Langrouva. O aumento do número de expositores (mais 6 que em 2017) é um sinal claro de que «vale a pena estar neste certame», reforça o edil figueirense, acrescentando que o município está «a dar passos largos para que este seja um evento marcante a nível nacional».

Mas nem só de gastronomia se faz a festa e a música não pode faltar. Depois de no dia da inauguração o palco ter sido estreado pelo grupo Renovação 3, amanhã (22 horas) será a vez da banda Rilufe animar a noite. No sábado destaque para um espetáculo com Quim Roscas e Zeca Estacionâncio (à mesma hora), seguindo-se a atuação do DJ Pharuk. O dia de domingo começa às 8 horas com uma prova de cicloturismo, à qual se seguem (15 horas) jogos tradicionais. Pelas 15h30, a animação está de volta com o grupo Marchinha do Botequim. No fim-de-semana seguinte (de 2 a 4 de março) a música regressa pelas 22 horas com a atuação do organista Beto. No dia 3, pelas 8 horas, realiza-se o 8º Raid TT, seguindo-se (8h30) uma caminhada ibérica em Barca d’Alva com inscrição gratuita. O momento alto do dia será a atuação da artista Ágata (22 horas) e a festa prossegue com o DJ Popey.

A incontornável Festa do Almendro, em Barca d’Alva, é obrigatória e o grupo de bombos de Gonçalo “Trocadalho do Carilho” ficará encarregue de alegrar a tarde de dia 4. Nos dias 9, 10 e 11 de março haverá concentração motard e, no dia 11, terá ainda lugar o XX Grande Prémio de Atletismo. «Estas são iniciativas fulcrais para criar sinergias locais próprias que dinamizam a economia local, promovem os nossos produtos e servem de montra para se mostrar o que de melhor se faz nos nossos territórios», considera Paulo Langrouva, para quem o turismo da natureza «deve ser potenciado, pois Figueira ostenta uma paisagem natural diversificada onde os aspetos físicos se destacam». A este propósito, o autarca destacou a importância do Parque Natural do Douro Internacional e, dirigindo-se ao secretário de Estado, deixou um «lamento» sobre a sua regulamentação que, por «excessivamente exigente», leva à sua deteorização: «As condicionantes do licenciamento de certas construções e alterações de uso do solo levam à desistência de alguns investidores. O que, naturalmente, não beneficia os proprietários nem os nossos agricultores», reconheceu.

Regadio poderá ser realidade

Aproveitando a presença do governante, o presidente lembrou que a agricultura é um setor primordial, «cuja otimização se impõe de forma a permitir uma produção com melhor qualidade e mais quantidade», e é por isso que o município tem em curso «um projeto ambicioso» de regadio. O edil já tinha adiantado a O INTERIOR, em novembro, que este projeto consistirá no «aproveitamento da água do concelho através de um reservatório que será colocado, por exemplo, na Serra de Nave Redonda, de onde será canalizada por gravidade para as respetivas freguesias (Vilar Torpim, Reigada, Mata de Lobos, Nave Redonda e Figueira de Castelo Rodrigo). Isto vai possibilitar a rega gota a gota quer da vinha, quer do olival, entre outras culturas, e será uma completa revolução da nossa agricultura», dizia. O regadio beneficiará «quase 1.000 hectares» e «estamos a diligenciar junto da Agência Portuguesa do Ambiente com vista à classificação da Barragem de Santa Maria de Aguiar como apta para regadio», referiu Paulo Langrouva. A candidatura foi apresentada ao Portugal 2020 e a autarquia aguarda decisão.

Água tem que ser gerida com eficiência

«Se ainda temos água para dar às populações durante cerca de oito a nove meses, a agricultura pode estar, em muitas áreas do nosso território, condenada a não sair da sementeira», alertou Carlos Martins, reforçando que «o Governo está empenhado em construir um conjunto de infraestruturas que melhorem e dêem maior resiliência» às que já existem.

«Desde que haja um bom diálogo, bons projetos e boa cooperação, o ambiente é hoje parceiro da agricultura, da economia, das empresas e dos municípios naquilo que sejam projetos que dêem qualidade de vida e sustentabilidade futura», garantiu. Na sua intervenção, o secretário de Estado diz estar «sensibilizado» para trabalhar no projeto que melhore as condições da barragem que serve Figueira de Castelo Rodrigo, «no sentido de que ela possa ter multiusos e permita, além do abastecimento de água, servir fins agrícolas e aumentar a área de regadio». Ainda assim, deixou um alerta: «Espero que essa nova função se faça com muita eficiência», disse Carlos Martins.

Inaugurado na passada sexta-feira, o certame dedicado a esta beleza natural prolonga-se até 11 de março

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