O ministro da Saúde desvalorizou o caso do email do presidente da Federação do PS da Guarda, no qual António Saraiva exigia a nomeação de elementos da «plena confiança» dos socialistas locais para a nova administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
Na passada quarta-feira Adalberto Campos Fernandes foi à comissão parlamentar da Saúde, na Assembleia da República, dizer que se tratou de um «episódio sem qualquer tipo de importância». O governante tinha sido interpelado sobre o assunto pelos deputados Isabel Galriça Neto (CDS) e Moisés Ferreira (Bloco de Esquerda), tendo garantido que a nomeação de dirigentes para os organismos que tutela respeitará «sempre e apenas a sua competência, o seu perfil profissional e as suas habilitações específicas». O ministro assumiu ainda que está empenhado em «tornar impossível que pessoas sem qualificações profissionais e académicas ou sem experiência comprovada possam tomar como responsabilidade a questão de equipamentos que mobilizam muitos recursos financeiros do Estado».
Na véspera, os autarcas socialistas e sociais-democratas da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) também abordaram a polémica, tendo repudiado o comportamento de António Saraiva. No final da reunião quinzenal, Paulo Fernandes, presidente da CIMBSE, considerou o caso «uma situação infeliz». De resto, a Comunidade Intermunicipal ainda não designou o seu representante no futuro Conselho de Administração da ULS Guarda – que será José Monteiro, atual autarca de Celorico da Beira, um nome consensual no seio da CIMBSE –, tendo anunciado o que só o fará após ser conhecida a sua composição. Ao que tudo indica, Isabel Coelho continua a manter a confiança do ministro da Saúde para formar a sua equipa, embora o processo tenha sofrido um travão com o email do líder socialista distrital.
