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ULS da Guarda com sete vagas para especialidades carenciadas

Novo programa de incentivos para fixar médicos no interior está em discussão mas sindicatos querem que medidas abranjam os clínicos que já trabalham nesses hospitais

O Ministério da Saúde abriu sete vagas para especialidades carenciadas na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, mais uma que no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB).

A lista foi publicada no passado dia 21 em “Diário da República” e, na Guarda, abrange sete áreas (Anesteseologia, Ginecologia/obstetrícia, Hematologia Clínica, Medicina Interna, Ortopedia, Pneumologia e Psiquiatria), com uma vaga para cada. Mais uma vez, a Cardiologia, um dos serviços mais necessitados do Hospital da Guarda, não consta do despacho. No CHCB, há um lugar para ocupar em Cardiologia, Infecciologia, Medicina Interna, Pediatria, Psiquiatria e Reumatologia. Em julho deste ano, a tutela tinha aberto 16 vagas para 12 serviços da ULS guardense, tendo apenas sido ocupadas quatro, e 23 em 15 especialidades no CHCB. Desta vez, o ministério disponibiliza 335 vagas em hospitais de norte a sul do país. São 37 especialidades – a maioria das vagas são para medicina interna (45), pediatria (41) e anestesiologia (24).

Como no passado, as unidades de saúde situadas em zonas periféricas e no interior são as que têm mais dificuldade em fixar médicos, mas nalgumas especialidades, como Anestesiologia, Medicina Interna ou Radiologia, as carências já se fazem sentir nos grandes hospitais. É o caso do Centro Hospitalar do Algarve, que tem o maior número de vagas a concurso: são 45 lugares para várias especialidades. O despacho publicado no “DR” justifica que «a crise recentemente vivida e a insuficiência de reformas, em termos organizacionais, que importa promover, impelem o atual governo a adotar medidas que contribuam para o revigoramento e a recuperação do SNS, bem como do nível do seu desempenho, razão pela qual é imperioso dotar os diversos serviços e estabelecimentos de saúde com os recursos humanos indispensáveis para assegurar o nível de qualidade assistencial a que os portugueses têm direito».

Entretanto, o Ministério da Saúde já aprovou, em Conselho de Ministros, um novo programa de incentivos que cativou cerca de 25 médicos. Preveem-se incentivos financeiros – um acréscimo de remuneração de 40 por cento de acordo com as últimas noticias – e mais dias de férias ou mais dias para formação. A proposta está em discussão com os sindicatos médicos, que não concordam com o apresentado por não abranger os clínicos que já trabalham nessas zonas.

Cardiologia, um dos serviços mais necessitados do Hospital da Guarda, foi mais uma vez excluído da lista

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