A tradição cumpre-se religiosamente há 318 anos em Aldeia Viçosa (Guarda). Um dia depois do Natal, reza-se uma missa por uma benemérita e oferecem-se castanhas e vinho à população.
É assim o “Magusto da Velha”, que remonta ao século XVII e teve origem na herança deixada por uma mulher abastada, de nome desconhecido. E tudo volta a acontecer no dia 26 no largo principal desta aldeia do Vale do Mondego. Depois da missa (14 horas), serão lançados 100 quilos de castanhas da torre da igreja para o adro onde, quando estas se apanham do chão, os mais jovens aproveitam para saltar para as costas de quem se baixa para as agarrar nas já tradicionais “cavaladas”. A Junta de Freguesia oferece o vinho da Quinta do Ministro e provas de azeite de Aldeia Viçosa. Haverá barraquinhas de artesanato tradicional, animação de rua e, à noite, um baile popular.
O “Magusto da Velha” tem origem numa herança feita, em 1698, aos habitantes de Aldeia Viçosa por uma mulher abastada cuja identificação ainda não foi apurada. Segundo a tradição, a “velha”, como passou a ser tratada popularmente, quis que os residentes comessem castanhas e bebessem vinho uma vez por ano e, em troca, rezassem um pai-nosso pela sua alma. A herança que está na origem da tradição de Aldeia Viçosa é mencionada no “Livro de Usos e Costumes da Igreja do Lugar de Porco – Ano de 1698” e, ainda hoje, a Junta de Freguesia recebe anualmente uma renda perpétua de 48 cêntimos de euro, que é depositada na sua conta bancária pelo Instituto de Gestão do Crédito Público.