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Depois da apreensão vem a doação

Comando Territorial da GNR da Guarda entregou a IPSS algum do vestuário e calçado contrafeito apreendido este ano

São 10 horas da manhã. Ao entrar nas instalações da GNR da Guarda, vemos sacos empilhados, todos eles cheios de vestuário e calçado contrafeito apreendido ao longo do ano e que o Comando Territorial doou na sexta-feira a quatro instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do distrito.

As contempladas este ano foram o Solar do Mimo (São Romão – Seia), a Associação de Melhoramentos do Adão (Guarda), a Obra de Nossa Senhora das Candeias (Pinhel) e a Associação Sócio Terapêutica de Almeida, que receberam, cada, cem peças, num total de 400. O objetivo desta ação é promover o reaproveitamento destes artigos – mas só depois da marca contrafeita ser retirada – e com isso ajudar aqueles que mais precisam. A iniciativa acontece há seis anos e é «fruto do trabalho dos militares da Guarda ao longo de todo o ano, nas várias ações de fiscalização para combater o ilícito criminal da contrafação», refere o comandante do Destacamento de Intervenção. Segundo o tenente Daniel Fernandes, «esta é mais uma vertente do trabalho do Comando. Gostamos de ajudar. São instituições com as quais lidamos diariamente e temos consciência das suas dificuldades, pelo que esta doação acaba por ser a “cereja no topo do bolo”».

Quem agradece é a diretora técnica da Associação de Melhoramentos do Adão, que participou pela primeira vez nesta iniciativa e apoia 35 idosos nas valências de lar e centro de dia, bem como famílias carenciadas: «Não significa nada as peças doadas terem sido alvo de processo judicial. Acima de tudo, o importante é ajudar pessoas carenciadas, que têm necessidades. De onde vêm as roupas ou o calçado é irrelevante», afirmou Sofia Laginhas. Também Rafael Abreu, diretor técnico do Solar do Mimo, associação que, no momento, acolhe 15 crianças com idades compreendidas entre os 6 e 19 anos, refere que esta ação, «além de ajudar as crianças, auxilia a própria associação» em termos orçamentais: «Esta doação representa um custo que a instituição já não vai ter e podemos então fazer algum tipo de poupança. Faz mesmo muita diferença», sublinhou o responsável.

De resto, se não houvesse esta doação as peças apreendidas acabariam por ser destruídas, adiantou Daniel Fernandes. «Após a fiscalização e apreensão do material, o processo passa para as mãos do Tribunal que dita o destino final das peças. Caso estejam em boas condições e possam ser entregues, sempre deixando de fazer referência às marcas, nós doamos a associações», explicitou o oficial. Este ano, o número de peças entregues foi mais reduzido, «não foi por ter havido menos serviço, mas porque foi impossível aproveitar algum material devido à questão das marcas», acrescentou o comandante do Destacamento de Intervenção. Até agora, a GNR da Guarda já apreendeu no distrito cerca de 2.500 artigos supostamente contrafeitos (calçado, vestuário, perfumes, acessórios de moda, malas de senhora, entre outros), avaliados em 100 mil euros, em dez ações de fiscalização realizadas em feiras e em operações rodoviárias.

A entrega ocorreu nas instalações da GNR da Guarda

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