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Requalificação da Rua do Comércio reduzida ao mínimo

Construtora recusou fazer a obra e solicitou a revogação da adjudicação por considerar que não poderia efetuar a empreitada tal como estava projetada

A requalificação da Rua do Comércio, na Guarda, vai avançar, mas a intervenção será «minimalista» em vez do projeto que incluía uma cobertura em policarbonato. A revogação da adjudicação da empreitada, orçada em mais de 636 mil euros mais IVA, foi aprovada por unanimidade na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira.

O motivo deste passo atrás deve-se aos alertas da empresa que tinha ganho a empreitada em junho deste ano. A Bricantel alegou que não poderia efetuar a obra tal como estava projetada e apresentou sete argumentos para sustentar a sua recusa em avançar com os trabalhos, pelo que o executivo não teve outra opção que não fosse a de anular o procedimento. De acordo com o documento a que O INTERIOR teve acesso, a empresa invocou «a não exequibilidade do projeto» de arquitetura, da responsabilidade do gabinete de João Cláudio Madalena, sustentando que «não existiam condições» para executar a empreitada tal como estava definida. Entre os argumentos arrolados estão dúvidas sobre «o comportamento» e a «fragilidade» da estrutura, das fundações, dos pilares e do suporte que sustentava a cobertura. A construtora colocou também em causa a opção pelo policarbonato, duvidando da sua resistência e alertou que o material seria ruidoso com chuva forte.

Perante estes considerandos, validados pelos serviços técnicos da autarquia, a empresa recusou fazer a obra e solicitou a revogação da adjudicação, tendo o município apresentado na reunião de Câmara um novo projeto de arquitetura para a mesma rua, mas já sem a cobertura de policarbonato e com um custo inferior em mais de meio milhão de euros. O projeto inicial implicava um investimento de 636.695 euros, acrescidos de IVA, o alternativo divulgado na segunda-feira será da ordem dos 158.646 euros, mais IVA. «É uma intervenção mais minimalista porque entendemos que a Rua do Comércio deve ser melhorada, ser mais confortável e mais bela porque é fundamental para a dinâmica do centro histórico», disse Carlos Chaves Monteiro.

Segundo o vice-presidente da autarquia, que presidiu à sessão na ausência de Álvaro Amaro – que dirigiu a última Assembleia-Geral da Águas de Lisboa e Vale do Tejo –, esta obra «é necessária e será realizada até ao final do mandato». Mas o que vai ser feito diz respeito à melhoria do pavimento, da iluminação e inclui a instalação de floreiras e bancos. «O novo projeto não invalida a cobertura da rua no futuro», ressalvou o autarca. Por sua vez, Graça Cabral – Joaquim Carreira esteve ausente devido a assuntos profissionais – congratulou-se com a revogação da adjudicação mas absteve-se na votação do novo projeto: «Não será a intervenção proposta que vai melhorar e dar nova dinâmica àquela zona da cidade», disse a vereadora do PS, para quem a empreitada «já não se justifica porque é um simples “lavar de cara” da Rua do Comércio». A eleita acrescentou que o PS defende «uma intervenção mais profunda, que seja mobilizadora».

Obras de 505 mil euros adjudicadas

O executivo aprovou por unanimidade a adjudicação da requalificação do troço final da EN338, a estrada para Maçainhas. A empreitada consiste na melhoria da ponte ali existente e na criação de uma rotunda de acesso à EN16, tendo sido entregue à António Saraiva e Filhos por 208 mil euros, mais IVA. Já a requalificação dos antigos armazéns da Junta Autónoma da Estradas (JAE) na Avenida Francisco Sá Carneiro foi adjudicada à Edibeiras por 297 mil euros, acrescidos de IVA, O objetivo é adaptar espaço para apoio às oficinas municipais e para armazém. O executivo deliberou também abrir concurso para a requalificação da Avenida Dr. Afonso Costa e Rua do Ferrinho com o preço-base de 355 mil euros, mais IVA. «Se não houvesse eficiência e equilíbrio financeiro na gestão do município não era possível fazer esta quantidade de investimento no espaço urbano, nas acessibilidades e nas atividades», reforçou Chaves Monteiro. O vice-presidente anunciou ainda que a Câmara vai substituir 6.600 luminárias por lâmpadas led e com isso poupar «35 mil euros por ano em iluminação pública». A Câmara aprovou igualmente a ceelbração de mais 15 acordos de cooperação com as Juntas de Freguesia que ainda não tinham sido abrangidas, no valor global de 339 mil euros.

Luis Martins Projeto alternativo já não contempla a cobertura em policarbonato

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